Jonas: «Aquela onda vermelha…»
Jonas festeja a conquista do título de campeão com os adeptos, em 2019. Foto: Rui Raimundo/ASF

Jonas: «Aquela onda vermelha…»

NACIONAL02.11.202311:00

Antigo avançado brasileiro confessa: «Benfica é o clube com o qual mais me identifiquei»

Chegou à Luz em 2014, como jogador desempregado depois de rescindir contrato com o Valência, classificado pelo jornal Mundo Deportivo como «o pior avançado do mundo», mas depressa começou a conquistar o coração dos benfiquistas, mesmo dos mais desconfiados. 

De tal forma que, cinco épocas, quatro títulos de campeão nacional, uma Taça de Portugal, duas Supertaças, duas Taças da Liga, duas Bolas de Prata e 137 golos depois, é, hoje, um dos mais adorados pelos benfiquistas, que o elegeram como um dos 20 melhores que alguma vez jogaram no Estádio da Luz e, por isso, está eternizado no Mural dos Campeões, inaugurado a 25 de outubro, por ocasião do 20.º aniversário do palco dos encarnados.

O amor de Jonas pelos sócios, adeptos e clube é recíproco. O antigo avançado, 39 anos, e que acabou a carreira em 2019, deu conta disso, numa entrevista divulgada pelos encarnados. Partilhou que guardará «para sempre» a eleição dos adeptos para o Mural dos Campeões, afinal «houve tantos jogadores que passaram» pelo Benfica

Tenho muita gratidão e carinho por este clube

Uma introdução que não foi mais que o mote para uma confissão mais profunda. «Tenho muita gratidão e amor por este clube. É o clube com o qual mais me identifiquei», disse o avançado, que representou, entre outros, Guarani, Santos, Grêmio, Portuguesa ou Valência.

Jonas sente saudades «dos 60 e tal mil adeptos» da Luz, palco onde era «incrível» jogar. «Não tinha noção do que era jogar na Luz e, quando comecei a fazer parte do plantel, percebi que aqui há realmente uma diferença. Era realmente muito especial jogar na Luz.»

Não consegue identificar uma história que o tenha marcado. Fica-se pelos sentimentos provocados pela paixão dos adeptos. E, para Jonas, isso não é pouco. Ao contrário. «É difícil recordar, foram tantos anos aqui… Mas fico com o ambiente, de como era a chegada do autocarro. Lembro-me de quando jogávamos pelo título aqui, desde a chegada cheia de gente, aquela onda vermelha... E depois os 90 minutos, as comemorações logo no final, o túnel por onde se entra um a um, com o nosso nome depois de uma conquista… Tudo isso engloba o que significa este estádio para todos os que tiveram o privilégio de jogar aqui. Eu sou um deles e fiquei com essas recordações todas», confessa.

Também sente dificuldade em escolher o melhor momento, recorrendo-se da memória da «conquista dos títulos ao longo dos anos, aquela emoção, aquela comemoração, a Luz cheia com mais de 65 mil a empurrar a equipa». Esse momentos, partilha, «ficam para sempre, pois os títulos também deixam os jogadores na história do clube».

Jonas festeja golo marcado ao Arouca, após passe de Ola John, na estreia pelo Benfica. Foto: Sérgio Miguel Santos/ASF

Inesquecível foi a estreia com o Arouca, a 5 de outubro de 2014, na Luz. Entrou ao intervalo para o lugar do compatriota Lima. Aos 88’, após um passe da esquerda de Ola John, desviou para o primeiro golo pelo Benfica e fixou o marcador em 4-0. «Lembro-me muito bem, foi uma sensação única porque estava a chegar ao clube, com muitas expectativas. Entrei ao intervalo e fiz o 4.º golo. Foi maravilhoso. Irei lembrar-me para sempre», recorda.

Jonas remata fora da área e vai marcar contra o Estoril, na época 2016/2017. Foto: André Alves/ASF

E o golo que não esquece? «Foi contra o Estoril, não me lembro da época [31.ª jornada de 2016/2017, n.d.r], mas foi um jogo difícil, estávamos empatados e ganhámos 1-2. Foi um remate de fora da área, acabei por arriscar e deu certo, fiz um belo golo. E foi importante, também, para a equipa vencer e manter-se no 1.º lugar. Foi muito legal, e depois comemorar com os adeptos e os companheiros de equipa... O apoio deles faz a diferença. Como estava a ser um jogo difícil, na fase final do campeonato, um empate poderia custar esse campeonato. Esse segundo golo deu-nos tranquilidade, passámos para a frente no resultado.»

Tags: