O Mister de A BOLA Jogo no Dragão teve muita riqueza tática
Vítor Vinha analisa o nulo entre dragões e vilacondenses de sábado à noite em jogo da 20.ª jornada da Liga
Riqueza tática
Na receção ao Rio Ave, jogo da 20.ª jornada da Liga, o FC Porto entrou em 4x2x3x1, com dois centrais na construção, dois médios a pegar no jogo e dois jogadores na frente com liberdade de movimentos, Pepê e Evanilson. Já o Rio Ave defendeu no conforto do 5x4x1, que, por vezes, se desdobrou para 4x4x2, de forma a ser mais agressivo na pressão. Esta mudança partiu do corredor esquerdo, com Joca a juntar-se a Boateng, Fábio Ronaldo a subir no terreno para pressionar João Mário, e Miguel Nóbrega a funcionar como central e lateral esquerdo. O FC Porto tinha vantagem no meio campo, 3x2 ou 4x2, e ganhava vantagem neste desdobramento do Rio Ave, pois houve desfasamentos que criaram espaços à largura para Francisco Conceição e Galeno aproveitarem. Por outro lado, o Rio Ave atacou com os três defesas na construção, Tanlongo e Graça na primeira linha de médios, João Teixeira e Joca a baixarem para dar superioridade no meio campo, 4x3. Assim, Alan Varela foi obrigado a esforço suplementar, pois teve de defender Joca e Teixeira e, por vezes, Pepe era obrigado a subir no terreno para anular essa vantagem, com Fábio Cardoso a ficar 1x1 com Boateng. Foi um jogo muito rico sob o ponto de vista tático.
Volume sem golos
Os dragões somaram inúmeros ataques, cantos ofensivos, cruzamentos bem medidos, lances de perigo, marcaram dois golos que acabaram invalidados por fora de jogo, e tiveram muitos remates, que poderiam ter dado o tão desejado golo. A equipa de Sérgio Conceição bem tentou, quer por fora, quer por dentro, e fica a dever a si própria outro resultado. Empate amargo num jogo de sentido único.
O Rio Ave
Com o plano de jogo bem concebido, os vilacondenses não tiveram arte nem engenho para ligar o seu jogo. A vantagem no meio nunca foi bem aproveitada, quer por passes errados, má interpretação do homem livre, ou pela agressividade dos dragões na organização defensiva. Apenas por uma vez o Rio Ave criou perigo: remate cruzado, ao lado, de João Teixeira. Para a história fica um ponto conquistado, que premiou a entreajuda defensiva da turma de Luís Freire.
Os destaques
Francisco Conceição foi um autêntico quebra cabeças para a defesa do Rio Ave. Grande parte dos lances de perigo dos dragões nasceram das suas iniciativas. Ganhou duelos no 1x1 e no 1x2, carregou jogo, fintou, cruzou, rematou com muito perigo. A sua exibição merecia mais. Como nota, se Francisco Conceição aumentar a sua capacidade de marcar golos, tornar-se-á num jogador altamente decisivo e, por conseguinte, um candidato para outros campeonatos. Evanilson marcou um golo que foi invalidado por fora de jogo de Wendell. O avançado foi uma ameaça constante com movimentações que provocaram muitas dificuldades ao adversário. Esteve quase sempre no sítio certo, faltando-lhe definir da melhor maneira uma ou outra situação.