IFFHS: os critérios para encontrar o melhor clube do mundo
FC Porto foi o quarto melhor clube do ranking IFFHS em 2023 (Foto: ZUMA Wire/IMAGO)
Foto: IMAGO

IFFHS: os critérios para encontrar o melhor clube do mundo

INTERNACIONAL12.10.202317:42

FC Porto é o quarto melhor clube nos últimos 12 meses de acordo com a Federação de História e Estatística do Futebol

O FC Porto é o quarto melhor clube do mundo dos últimos 12 meses (até setembro de 2023) para a Federação de História e Estatística do Futebol (IFFHS). Os portistas estão apenas atrás do campeão europeu Manchester City, dos espanhóis do Real Madrid e dos italianos do Inter, finalistas vencidos da Liga dos Campeões.

A BOLA explica-lhe que ranking é este, publicado pela IFFHS desde 1991. 

Na verdade, há dois rankings, um que contempla o ano normal de calendário (de janeiro a dezembro) e que encontra o melhor clube desse ano (o de 2022 foi o Flamengo) e outro relativo aos últimos 12 meses (de outubro de 2022 a setembro de 2023), o tal que conta com o FC Porto no quarto lugar. Trata-se em ambos os casos de uma tabela anual, que não acumula com o período anterior. Ou seja, o total atravessa apenas 12 meses.

O que conta para o total de pontos? Todos os resultados no campeonato local (incluindo eventuais ‘play-offs’), os da Taça principal a partir dos oitavos de final (no caso luso, a Taça de Portugal) e os mais importantes resultados internacionais, continentais (Liga dos Campeões e Liga Europa; Taça dos Libertadores e Sul-Americana, Liga dos Campeões Africanos – e até certa altura a extinta Taça da Confederação Africana –, Liga dos Campeões Asiáticos e Taça da Ásia, Liga dos Campeões da CONCAF e Taça de Clubes da Oceânia) e extracontinentais (meias-finais e finais do Campeonato do Mundo de Clubes). Cada competição tem um peso diferente.

Primeiro, as Ligas nacionais estão divididas por quatro patamares. No superior, o quarto, estão as mais cotadas: Inglaterra, Espanha, Itália, França, Brasil, Alemanha, Países Baixos e Portugal. Cada vitória vale quatro pontos, o empate dois e a derrota nenhum. Numa liga de nível 3 (Turquia, Bélgica, Egito, Paraguai, Colômbia, Marrocos, Argentina e por aí fora), os triunfos valem 3 pontos e o empate 1,5. Nas de 3, são 2 pontos e um, respetivamente. As de 4, contabilizam 1 e 0,5.

Também as restantes provas têm pesos diferentes. Na Liga dos Campeões e na Libertadores contabilizam-se 14 pontos por vitória e 7 por empate, mas na Liga Europa e na Sul-Americana são 12 por triunfo e 6 por cada igualdade. 

Em África, Ásia e América do Norte, vencer na prova mais importante de clubes garante nove pontos, enquanto empatar salvaguarda 4,5. A Taça da Confederação Africana contabilizava até ao seu desaparecimento (fusão com a Taça das Taças Africanas, o que resultou em 2004 no aparecimento da Taça da Confederação CAF) sete pontos para o vencedor e 3,5 para o ‘empata’, o mesmo que ainda vale para os ambos os resultados na Taça da Ásia. Na Oceânia, são cinco pontos por triunfo e 2,5 por empate. 

Já uma vitória nas meias-finais do Mundial de Clubes assegura 14 pontos, o dobro de empatar. Ganhar a prova vale o encaixe de 21, empatar na final apenas 10,5. Como se percebeu, em todos os casos, os desempates por penáltis não são contabilizados para efeitos pontuais.

O Barcelona, por cinco vezes (1997, 2009, 2011, 2012 e 2015), é o clube com mais primeiros lugares no ranking, seguido do Real Madrid com quatro. Nenhuma equipa portuguesa conseguiu o primeiro lugar até hoje.

Não é claro se existiram até hoje mais alterações à metodologia aplicada para a elaboração do ranking desde a última reunião do comité executivo da organização, realizada a 6 de janeiro de 2007 em Salzburgo, na Áustria. O vencedor é encontrado anualmente - o último foi o Flamengo, do Brasil -, mas a tabela é atualizada todos os meses, tendo sempre como referência o período de um ano, como se explicou acima.

A IFFHS é uma organização que monotoriza a história e os recordes do futebol, fundada em 1984 por Alfredo Pöge, em Leipzig, na Alemanha. As suas publicações têm sido alvo de críticas ao longo do tempo, sobretudo em terras germânicas, embora várias publicações no próprio país continuem até hoje a fazer eco do rankings divulgados.