Na antevisão ao jogo com o Casa Pia, treinador do Famalicão espera ver processo da equipa mais maturado, mas admite falta de eficácia ofensiva
Desde que assumiu o comando do Famalicão, Hugo Oliveira empatou em Braga (3-3) e perdeu dois jogos em casa contra o Farense e Santa Clara pelo mesmo resultado, 1-2. Enfrenta agora um Casa Pia que atravessa o melhor momento da temporada.
«Perspetivámos, obviamente, ter melhores resultados nesta altura. O futebol é um jogo e nós queremos pontos, não só porque acho que os jogadores mereciam ter mais pontos para dar crédito àquilo que têm feito, mas é óbvio que quando cá chegamos sabíamos das dificuldades que íamos ter perante uma equipa que já não ganhava em casa desde agosto», indica, lembrando que a vitória que o Famalicão tanto procura «não vai cair do céu, vai cair fruto do trabalho, fruto desta maturidade que tem de ser ganha.»
Gansos reentram no novo ano motivados com a confiança - e os resultados - com que terminaram o anterior; leque de indisponíveis mantém-se e o plantel apresenta-se praticamente na máxima força para a receção ao Famalicão
«O Famalicão que vamos ter é uma equipa que vai querer estar melhor do que nos últimos jogos, que vai querer não cometer os mesmos erros e fazer ainda melhor as coisas que fez bem. Vamos querer ver o processo em desenvolvimento e dar uma resposta que positiva relativamente aos dois últimos resultados. Os jogadores merecem isso, os adeptos merecem isso, o clube merece isso e o nosso objetivo é dar esses passos em frente», declarou o treinador.
Para Hugo Oliveira, é importante não subtrair da equação os aspetos positivos da equipa: «Acho que é importante que se diga que nós não podemos olhar só a questão resultadista. Obviamente que o futebol é um jogo e o resultado é fundamental e é para isso que trabalhamos, que é para ganhar e é o que queremos fazer neste jogo com o Casa Pia, mas a verdade é que não podemos esquecer as coisas boas também que fizemos nos últimos dois jogos. Tivemos sempre o jogo na mão, tivemos sempre um caudal ofensivo muito grande, criámos situações para finalizar, mas não fomos tão coesos, tão consistentes, que em alguns momentos não desse ao adversário possibilidades para contra-atacar.»
Extremo brasileiro foi o elemento em maior evidência nos famalicenses, fazendo o golo e ainda criando a melhor oportunidade; Carevic não ficou bem na fotografia, no lance do segundo golo do Santa Clara
Admite, ainda assim, que falta «à equipa sentimento da solidez» ao mesmo tempo que a ausência de resultados, sobretudo em casa, acarreta «alguma desconfiança aos jogadores e até aos adeptos.» «Temos de ajustar, jogar sobre essa pressão, trazer essa solidez ao processo que nos permita continuar neste desenvolvimento de ter o jogo na mão», complementa.
Por fim, Hugo Oliveira, que esteve mais de sete épocas no futebol inglês e numa realidade diferente, deixa uma crítica ao tempo perdido nos jogos em Portugal: «Custa-me, porque não tenho andado muito por cá, é ver que não se beneficia muito o jogo em Portugal, não se beneficia muito quem quer jogar o jogo. Acaba por se beneficiar um pouco quem prende o jogo. Não estou cá para criticar as formas de estar de ninguém, há equipas muito boas no campeonato, devíamos jogar muito mais à bola, digo eu, dentro das quatro linhas, do que jogar à bola, com a bola fora das quatro linhas, para que não se tenha tempo dentro das quatro linhas. E nós depois acabamos por perder esses minutos, segundos, que nos fazem falta para ir atrás do resultado.»