Sporting Gonçalo Inácio vai ser o novo Ugarte
Sporting tem plano 23/24 bem definido para o central: afirmação desportiva, valorização financeira e venda no próximo verão. Vale a cláusula: 60 milhões de euros
O segredo para o mercado do Sporting neste verão de 2023 foi assegurar à partida um grande encaixe: Manuel Ugarte rendeu 60 milhões de euros. A partir daí a administração de Frederico Varandas pôde concentrar-se nas contratações cirúrgicas e recorde que marcaram esta janela de transferências. E é aqui que entra Gonçalo Inácio. Os lesões definiram um plano que tem no central de 22 anos a nova joia da coroa leonina: depois da renovação, segue-se uma temporada para maior valorização, desportiva e logo financeira, para fazer do defesa o novo Ugarte, ou seja, a grande venda do próximo verão que permitirá partir para o investimento no plantel.
Gonçalo Inácio passou a fazer parte dos planos da equipa A do Sporting com a chegada de Rúben Amorim a Alvalade, em março de 2020. A pandemia fez o mundo parar e com isso o treinador aproveitou para limpar gorduras no plantel e promover os jovens que formaram boa parte da base da equipa que em 2021 chegou ao título nacional. Nuno Mendes, Eduardo Quaresma, Tiago Tomás, ainda em 2019/2020, no regresso da competição pós paragem devido à pandemia, passaram logo aí a entrar nas contas iniciais de Amorim, Gonçalo Inácio teve de esperar pelo início de 2020/2021 para agarrar o lugar. Mas nunca mais o largou.
Primeiro foi olhado ainda com alguma desconfiança mas cresceu, a jogar na esquerda do trio de centrais, mas podendo ir à direita. Quando era preciso até assumia a zona central na ausência de Coates. Convenceu mesmo os mais céticos, chegou à Seleção Nacional — 2 internacionalizações.
Hoje é um dos esteios do Sporting, a defender e até a lançar a equipa na primeira fase de construção e a descobrir espaço para em profundidade lançar os avançados para o golo. E ele mesmo os tenta, de cabeça nas subidas à área adversária — no total tem 11 pelos leões, ainda nenhum esta temporada.
Tudo isto levou a que a administração sportinguista trabalhasse em nova renovação de contrato que esteve complicada mas que se resolveu em agosto, com o prolongamento do vínculo por um ano, até 2027. A cláusula de rescisão também subiu do patamar dos 45 milhões para os 60 milhões de euros. E são precisamente 60 milhões que os verdes e brancos esperam alcançar no final da temporada com o salto do jogador para uma das principais ligas europeias. Como aconteceu com o salto de Ugarte para o PSG este verão, também ele programado com antecedência e também pela cláusula de 60 milhões. A partir daí, e com a SAD já mais confortável a nível financeiro, o ataque ao mercado com outro vigor para dar melhores armas a Amorim. Como aconteceu este verão, em que foi possível contratar um avançado por 20 milhões de euros (Viktor Gyokeres, ao Coventry), um médio por 18 milhões (Hjulmand, ao Lecce) e um lateral-direito por 9 milhões (Fresneda ao Valladolid).
O plano está definido, a valorização de Gonçalo Inácio também será expetável e significaria boa época desportiva, que os sportinguistas esperam com títulos.