Golo de Vando Félix nos descontos agrava mau arranque do Vizela na Liga 2

Extremo saiu do banco e, aos 90+4', impôs a terceira derrota em quatro jogos esta temporada aos vizelenses; adeptos não se pouparam nas críticas a Rúben de la Barrera ao longo do encontro

Não parecem nada fáceis os tempos que se vivem em Vizela. Se dentro de campo se assistia à partida entre a turma vizelense com o Torreense, vindo das bancadas era audível o possível fim de linha na relação entre os adeptos e o técnico Rúben de la Barrera, com esta a deteriorar-se devido ao mau arranque na Liga 2 após a despromoção na época transata.

Olhando para o plano desportivo, foi um moralizado Torreense aquele que se apresentou em Vizela e foi da sua iniciativa as primeiras oportunidades durante o primeiro tempo. Manuel Pozo, aos 11 minutos, chamou Ruberto ao encontro após um remate venenoso. No pontapé de canto que saiu desse lance, Stopira cabeceou solto de marcação, porém o corte de Milovanovic, em cima da linha de golo, adiou a festa do golo inaugural para os visitados.

Se o corte providencial poderia conferir ao sérvio o estatuto de herói no primeiro tempo, a verdade é que, quando teve de desempenhar a posição que o caracteriza, o avançado protagonizou… o falhanço da jornada: saída desastrosa de Lucas Paes, após descoordenação com a linha defensiva, a deixar a baliza deserta para Milovanovic, contudo, em vez de progredir com a bola ou encostar, acabou por atirar à malha lateral. Protestava, e com toda a razão, o colega Héber Pena, que do lado contrário estava solto para finalizar para o 1-0.

Com muitas dificuldades na construção e a desperdiçar as poucas oportunidades que dispôs até ao intervalo, os vizelenses iriam sofrer novo revés, quando Manu Pozo fez o golo para o Torreense, no final da compensação.

Excelente jogada de combinação entre o espanhol e Tobias Thomsen, com este, de costas para a baliza, a aguentar a pressão dos vizelenses e, de cabeça, a isolar o colega, que não deu hipótese de defesa a Ruberto.

Na segunda parte, a insatisfação das bancadas obrigava a uma resposta imediata do Vizela e esta chegou pela cabeça de Bastunov, que, à passagem da hora de jogo, restabeleceu o empate: Obah procurou dar algum brilhantismo ao pouco apelativo futebol do Vizela e, depois de deixar um adversário pelo caminho, cruzou em arco para o médio-defensivo búlgaro, com este a apanhar Lucas Paes em contrapé para fazer o 1-1.

Com o golo, o Vizela foi procurando as debilidades físicas dos homens do Torreense, porém, assim que encontrou espaço que criar perigo o avançado Milovanovic voltou a ter uma perdida digna dos apanhados. Mais uma vez isolado, mais uma vez a conseguir deixar Lucas Paes pelo caminho, mas desta feita deixou-se antecipar por um defesa que cortou a bola para pontapé de canto.

Para os instantes finais do encontro… estava destinada toda a emoção. O Vizela insistia, criava perigo, contudo deixou-se exposto e muito permeável para Vando Félix matar o jogo, já para lá do minuto 90’.

Saído do banco, o ex- Sporting deu o melhor seguimento a uma jogada elaborada por Léo Azevedo e Jean-Marie Mathys, e consumou a terceira derrota consecutiva do Vizela na Liga 2.