Ganhas em Alvalade? OK, eu venço nas Aves! (crónica)
Gabri Martínez festeja golo que deu a vitória ao SC Braga (LUSA)

Aves SAD-SC Braga, 0-1 Ganhas em Alvalade? OK, eu venço nas Aves! (crónica)

NACIONAL01.12.202422:18

Luta pelo 4.º lugar da Liga continua ao rubro. Santa Clara bateu o Sporting em casa deste por 1-0 e o SC Braga foi ao terreno dos avenses fazer o mesmo e por igual resultado

O SC Braga só entrou, verdadeiramente, em jogo na segunda parte, mas, quando o fez, foi de forma violenta. Múltiplas possibilidades de chegar ao golo, penálti falhado perto do fim e o 1-0 final acaba por ser demasiado magrinho para o que se viu em campo.

O primeiro tempo foi, quase todo, enfadonho. O SC Braga teve sempre mais bola, mas tudo muito redondo e previsível, com João Moutinho a procurar muito a entrega de bola perfeita, mas raramente a encontrá-la, até porque Roger (na direita), Bruma (na esquerda) e Ricardo Horta (atrás de El Ouazzani) estiveram quase sempre tapados pela estrutura defensiva do Aves SAD, com três centrais e dois alas bem recuados.

Os donos da casa, sabendo que do outro lado estava equipa mais poderosa, optaram por, primeiro, defender a baliza de Simão Bertelli (Ochoa, com lesão de última hora, ficou na bancada) e só depois, se possível, atacar a de Matheus. Assim foi até perto da meia hora. O SC Braga com mais bola para se deliciar, sim, mas sem nunca mostrar capacidade para ferir, como agora se diz no futebolês, a defesa avense.

O primeiro lance de grande perigo surgiu, porém, dos pés do antigo Zé Luís (ex-SC Braga, Lokomotiv Moscovo e FC Porto, entre outros) e agora, insolitamente, chamado de Djeras. Continuemos a chamar-lhe pelo nome pelo qual ficou conhecido no futebol português. Pois bem, Zé Luís, aos 37’, dominou a bola à entrada do meio-campo bracarense e, como se fosse um 10 puro, lançou Piazon entre os centrais adversários. O brasileiro fugiu e, com a pressão de João Ferreira, não fez melhor do que rematar contra Matheus.

Estava dado o mote para os últimos minutos da primeira parte. Logo de seguida,  El Ouazzani atrasou para a entrada da área avense, Ricardo Horta coloca na área e Gabri Martínez remata por cima da barra. Já na compensação, Bruma tem o golo nos pés, mas permite a (grande) defesa de Simão Bertelli.

A reentrada do SC Braga foi muito forte após o intervalo. Encostou o Aves SAD bem atrás e, entre os 53’ e os 55’, duas boas oportunidades de golo: João Moutinho a rematar forte de fora da área, mas ao lado do poste direito; Roger, a entrar da direita para o meio, a permitir bela defesa a Simão.

Grande exibição do brasileiro Simão impediu vitória mais gorda do SC Braga (LUSA)

Carlos Carvalhal, perante o inalterado 0-0, decidiu mexer à hora de jogo: Vítor Carvalho por André Horta e Roger por Gharbi, com Gabri Martínez a trocar de lado e ir para a direita. Quase de imediato, após cruzamento de Moutinho, Niakaté desvia, de cabeça, para nova grande defesa de Simão.

A pressão dos guerreiros acentuava-se e Daniel Ramos sentiu que precisava de mudar algo. E respondeu com troca de ala: Gustavo Mendonça por Vasco Lopes. E de avançado mais posicional: sai o antigo Zé Luís e novo Djeras e entra Nenê. Tira força, mete técnica. O Ave SAD precisava de sair mais para respirar e a ideia seria essa. Bola mais longe de Simão.

Porém, logo se imediato (69’), surge o golo. Grande abertura de André Horta para a entrada de Martínez sobre a direita. O espanhol deixa a bola bailar junto de si e, de primeira, com o pé direito, faz golo. Golo merecido, aliás, para os bracarenses. Martínez permitiria ainda, aos 72’, nova grande defesa de Simão.

A pressão bracarense era cada vez maior e o 2-0 parecia pertinho de acontecer. E esteve quase, quase. Bruma lança El Ouazzani e já na área, quando ia rematar, o marroquino sofre um toque de Jorge Teixeira e cai. Grande penalidade e cartão vermelho para o defesa dos avenses. O resultado poderia ficar fechado, mas Simão defende o remate de Bruma e a recarga de Martínez. O guarda-redes brasileiro, mesmo com apenas nove companheiros à sua frente, mantinha o jogo em aberto e Ochoa, na bancada, sorria.

António Nobre mostra o cartão vermelho a Teixeira (LUSA)