26 setembro 2024, 08:00
«São mais as pessoas com o perfil genético para serem atletas de elite do que as que atingem esse nível»
Em entrevista a A BOLA, o professor Mark Williams revelou o que é preciso para ser um atleta de elite
O professor Mark Williams falou a A BOLA e traçou a forma como os treinadores das camadas de formação deveriam orientar os treinos
O evento 'Procura pela Excelência no Futebol', organizado pelo Centro Universitário do Porto da Universidade Lusófona, para comemorar o quarto ano do Mestrado em Treino Desportivo em Futebol, realiza-se neste dia 26 de setembro. O ponto alto desta conferência será a presença do professor Mark Williams, principal investigador mundial sobre a tomada de decisão no futebol e especialista em ciência desportiva, que concedeu uma entrevista a A BOLA.
Com uma vasta experiência no estudo do treino de futebol, o professor considera que existem várias vantagens em treinar sem a supervisão de um treinador, embora assuma que o ideal seria haver um equilíbrio: «Há muitas provas empíricas que sugerem que a atividade lúdica informal, o futebol de rua, por exemplo, tem um efeito benéfico no desenvolvimento de competências técnicas e de inteligência de jogo.»
26 setembro 2024, 08:00
Em entrevista a A BOLA, o professor Mark Williams revelou o que é preciso para ser um atleta de elite
«Por outro lado, se estiverem sempre a jogar futebol de rua será que estão a obter a melhor aprendizagem? No sentido em que, normalmente, quando jogamos futebol de rua, fazemos as coisas em que somos bons e não as coisas em que não somos tão bons. Por isso, defendo um cenário intermédio, em que o papel do treinador é facilitar o ambiente de aprendizagem para otimizar o retorno da prática, não sendo demasiado prescritivo, mas também não os deixar jogar, ou seja, deixá-los fazer o que querem fazer. Isso também não funciona», referiu.
O professor abordou, ainda, a evolução dos treinadores e dos métodos de treino, ao longo dos anos: «Penso que a formação de treinadores melhorou significativamente nas últimas duas décadas. Há uma maior consciencialização dos princípios da aprendizagem de competências e do seu impacto na prática do treino.»
«A Premier League tem uma boa iniciativa que vai para além dos cursos de formação de treinadores da federação, associando treinadores a mentores que trabalham com eles para ajudá-los a otimizar as sessões de treino. Por isso, penso que estamos a avançar na direção certa, em termos de uma melhor integração da ciência com o treino. Até agora, tem sido um processo lento, mas penso que está a ganhar força», concluiu.