Casa Pia «Ferir o FC Porto quando tivermos bola»

Um Casa Pia desejoso de mostrar bom futebol e ciente de «se for só defender, provavelmente vai perder, por isso antes disposto a dividir o jogo» com o FC Porto, prometeu este sábado, na conferência de imprensa de antevisão do duelo de domingo (20.30 horas), no Estádio do Dragão (Porto), para a 32.ª jornada da Liga, o treinador dos gansos, Filipe Martins.

Sem uma vitória na última meia dúzia de jornadas e quase dois meses – 2-0 ao Marítimo, a 19 de março, foi a última, somando mais dois empates e quatro desaires desde aí -, o técnico desdramatizou perante os jornalistas, neste dia, em Pina Manique, e antes da viagem para a cidade invicta (na tarde deste sábado) a «menos positiva, em termos de resultados» segunda volta da equipa, que nas últimas 12 jornadas e encontros venceu dois (Marítimo e Santa Clara), somou quatro empates e seis derrotas, no que classificou de «estatísticas negativistas», recordando que «o principal objetivo da época [manutenção] de há muito está cumprido».

Sem poder utilizar o médio Romário Baró, no âmbito do estipulado no acordo de cedência do jogador pelo FC Porto aos lisboetas, Filipe Martins não poderá, ainda, contar nem com Kiki Silva nem com Léo Natel, que lesionados de maior duração, já não jogam mais esta época, confirmou o clube neste dia.

Dando o peito às balas da crítica, Filipe Martins, que tem mais um ano de contrato com os gansos, recusou também que o menor rendimento da equipa nos últimos jogos em termos de resultados se deva à ‘fatura’ da rotação de jogadores que, nesta fase, imprimiu de forma mais vincada à equipa.

«Esse é um risco assumido. As experiências e alguma rotação que temos feito é, para o caso de muitos ainda não terem percebido, já uma espécie de pré-época para a próxima temporada. Mas não é por aí. De qualquer forma, vejam que nos primeiros oito jogos da época não mudei a equipa. E quanto aos ciclos de resultados, o V. Guimarães também esteve oito jogos sem vencer e não é por isso que não está a fazer a Liga que tem feito e temporada que fez», recordou o treinador, assumindo já estar a ver em ação jogadores a pensar em 2023/24, deixando como exemplo o defesa-central Duplexe Tchamba. «Não é que Zolotic não merecesse jogar, mas queríamos ver Duplexe em ação», revelou.

«Espero um FC Porto forte. A cultura daquela casa e a ideias do seu treinador passam só por uma coisa: ganhar, independentemente do resultado do Benfica em Portimão este sábado poder pressionar mais o FC Porto a ter de vencer. Só recordo que na primeira volta [0-0, no Jamor, Casa Pia jogou toda a segunda parte em inferioridade numérica, expulsão de Lucas Soares aos 45+1] dividimos o jogo 11 contra 11, só depois tivemos de defender um pouco mais», lembrou.

«Sabemos que se entrarmos só a pensar em defender, muito provavelmente perdemos. Por isso, vamos procurar dividir o jogo, sabendo que teremos muito menos quantidade de posse, e quando a tivermos temos de aproveitar para procurar ferir e agredir o FC Porto, com mais qualidade, ante um FC Porto que é uma equipa forte e organizada», concluiu Filipe Martins na véspera da visita ao Dragão.