Ex-árbitro assume homossexualidade: «Recebi abusos durante a minha carreira, teria sido difícil»
David Coote, ex-árbitro inglês
Foto: IMAGO

Ex-árbitro assume homossexualidade: «Recebi abusos durante a minha carreira, teria sido difícil»

David Coote, despedido por ofensas a Jurgen Klopp e por inalar pó branco em vídeo, confessa que estava sob a influência de cocaína e afirma estar, agora , num «lugar melhor»

Em entrevista ao The Sun, David Coote, ex-árbitro inglês que foi demitido após terem circulado vídeos seus a inalar um pó branco e a dizer mal de Jurgen Klopp, admitiu ser homossexual e que nunca o assumiu por medo de represálias.

«Sou homossexual e tenho dificuldades em sentir-me orgulhoso de ser eu próprio desde há muito tempo. Já recebi abusos profundamente desagradáveis durante a minha carreira de árbitro e adicionar a minha sexualidade a isso teria sido muito difícil», começa por dizer Coote, que assume que se sentiu «tremendamente envergonhado» durante a adolescência. «A minha sexualidade não é a razão para eu estar nesta posição, mas não estaria a contar tudo se dissese que sou homossexual e que tenho tido problemas em lidar com esconder isso. Escondi as minhas emoções e a minha sexualidade enquanto árbitro - uma boa qualidade enquanto juiz, mas terrível enquanto ser humano. E isso levou-me a tomar certos comportamentos», afirma o antigo árbitro inglês.

David Coote também admite que o pó que inalou era cocaína e diz que, no vídeo em que ofendeu Klopp, não estava sóbrio. «Não me reconheço nesse vídeo. Não concordo com o que disse, mas era eu.» Coote arbitrou mais de 90 jogos nesse ano e diz que a sobrecarga o levou a tomar essas decisões. «Estava a lidar mal com os horários e não havia oportunidade de parar. Aquilo foi uma forma de escapar. Sou culpado do que fiz, mas estou a tentar ser a melhor pessoa que posso por agora. Dei passos no sentido de ser melhor, tanto física como psicologicamente», explicou o antigo árbitro, que afirmou ter estado «num lugar negro». «Peço desculpa a todos os que ofendi com as minhas ações. Não estava sóbrio», adicionou.

O ex-árbitro de 42 anos deixou ainda uma mensagem a todos os que estão na mesma situação: «Para todos os que passam o que eu passei, diria para procurarem ajuda e para falaremcom alguém, porque se se fecharem como eu, vai ter de sair de alguma maneira.»