A BOLA Eu arranco, Benfica pára!
É a primeira vez que assino o editorial do jornal A BOLA. Faço-o depois de assumir a chefia de uma redação que não espera nada menos do que o melhor de mim. Exige-o a história do título, de mais de 75 anos, impõem-no a dedicação, o profissionalismo e o talento desta gente que decidiu dedicar-se ao jornalismo, abraçando-o como missão, esperam-no os leitores do desportivo de referência, estatuto que aprendi a reconhecer-lhe na minha meninice, quando trocava os escudos diários que recebia dos meus pais para comer um bolo no caminho para a escola pela compra da melhor informação desportiva.
Não, não quero falar-vos sobre os grandes mestres que escreveram a história de A BOLA, mas tenho-os na memória. A todos. Pretendo apenas e só confessar-vos o orgulho que sinto neste momento e o (re)conhecimento da dimensão excecional da empreitada que carrego sobre os ombros, agradecendo a oportunidade que recebo quer da administração, quer do diretor João Bonzinho. Prometo-vos, sobretudo ao leitor, a comparência aos jogos que disputarmos e sempre com a ambição de ganhá-los.
Ontem, o Benfica, o Benfica de Roger Schmidt, que somava 13 vitórias em 13 jogos, entre Liga e Liga dos Campeões, perdeu os primeiros pontos na competição doméstica que mais ambiciona ganhar. Perdeu-os por mérito do rival que encontrou em Guimarães. Perdeu-os pela incapacidade de impor-se a um Vitória que arrancou as primeiras penas à águia de 2022/2023.
E não, não foi pelo facto de estar na antecâmara de encontrar-se, na Champions, com o todo-poderoso PSG de Mbappé, Messi, Neymar & Cia. que o Benfica, este Benfica de Roger Schmidt, decidiu faltar ao duelo de Guimarães. Independentemente do conhecimento que tenha do futebol português, o técnico alemão sabia o que tinha à espera no Minho: adversário combativo, atmosfera hostil.
Mantendo-se fiel ao modelo e ao ao onze-tipo, Schmidt apresentou-se com equipa que surpreendeu pela negativa, pela ausência de agressividade, criatividade e vontade. Sim, tratou-se só do primeiro tropeção, mas antecipando-se outubro dificíl, alerta vermelho!
FC Porto e Sporting aproveitaram a paragem proporcionada pela pausa para as seleções e reorganizaram-se. O Benfica, que até concedeu miniférias, desorganizou-se e perdeu concentração e intensidade. Pagou-o e bem!