Estoril - Moreirense: Sensações de orgulho ferido procuram recuperar confiança
O Estádio António Coimbra da Mota, na preparação para jogo pela Liga de futebol. Foto: DR.

ANTEVISÃO Estoril - Moreirense: Sensações de orgulho ferido procuram recuperar confiança

NACIONAL13.01.202408:00

Canarinhos e cónegos viram interrompidas séries de resultados bastante positivas com derrotas pesadas; duelo entre estorilistas implacáveis em casa e minhotos competentes como visitantes promete bom espetáculo

Estoril e Moreirense irão defrontar-se pela 17.ª jornada da Liga, no Estádio António Coimbra da Mota, com mais a uni-los que propriamente a separá-los: ambos vinham sendo encarados pelos seguidores do campeonato português como sensações, os canarinhos pela qualidade de jogo e resultados promissores de forma consecutiva nas últimas semanas e os cónegos pelo sensacional sexto posto que ocupam na tabela classificativa, sendo que o desaire registado na última segunda-feira foi o primeiro desde o já longínquo mês de setembro.

Os últimos jogos não correram de acordo com o esperado pelos dois conjuntos, que em ambos os casos sofreram quatro golos. Os canarinhos receberam o FC Porto, que não concedeu quaisquer veleidades e impôs-se no António Coimbra da Mota e carimbou a passagem à fase seguinte da Taça de Portugal com concludentes 4-0. O Moreirense experienciou um trauma semelhante, já que foi no seu reduto que sofreu um inesperado 4-1 frente ao Casa Pia, que realizou uma das melhores prestações ofensivas da sua temporada em particular.

O embate será de favoritismo repartido visto que, se por um lado o Estoril tem sido muito forte em casa no que diz respeito à Liga, tendo vencido por 4-0 os três últimos jogos como visitado, ante Casa Pia, Desportivo de Chaves e, mais recentemente, o Farense, o Moreirense mostra-se também bastante competente fora de portas, onde apenas perdeu por uma vez e em Alvalade, frente ao atual líder da classificação, o Sporting. Uma equipa forte recebe outra igualmente forte como visitante e o vencedor é imprevisível para um encontro emotivo, mas no qual se antevê bom futebol.

Estoril e Moreirense procuram voltar a ser felizes, à imagem do que sucedia ainda há pouco mais de uma semana. No caso do emblema da Amoreira, mostrava-se, tal como acima referido, implacável em sua casa, mas também capaz de conquistar um importante ponto fora de portas, com um 0-0 em Famalicão, e o conjunto de Moreira de Cónegos mostrava-se praticamente impossível de bater, vencendo o encontro em casa que realizou, ante o Portimonense (5-2) e alcançando igualdades seguras em duas deslocações curtas a Barcelos, perante o Gil Vicente (1-1) e o vizinho do lado Vizela (0-0).

Face à proximidade temporal com os últimos compromissos, em Alvalade apenas oito dias antes, e a receção ao FC Porto, pela Taça, com apenas três dias de intervalo até ao encontro deste sábado, o Estoril deverá apresentar mexidas em todos os setores, incluindo a baliza e desde Marcelo Carné, o dono da baliza no campeonato, até Cassiano, habitual referência atacante, no lote de regressos. Já o Moreirense representa um enorme ponto de interrogação, visto que Rui Borges informou sobre um surto de gripe, cujos afetados não são conhecidos.

O histórico de confrontos pende para o Estoril e o último embate…também, tendo tido lugar no período final da época 21/22, há duas temporadas, quando um golo solitário de André Franco, hoje no FC Porto, praticamente sentenciou a obrigação dos cónegos em disputar o play-off de manutenção na Liga, no qual não sobreviveria, não tendo evitado a descida. 

Historicamente, os duelos entre os dois conjuntos são equiparados e costumam resultar em igualdades ou diferenças não superiores a dois golos, sendo que o resultado mais desnivelado teve lugar em 1996, com os cónegos a superiorizarem-se por 4-0 e quando a realidade das duas equipas era bem diferente, com ambas a disputa a extinta 2.ª Divisão de Honra. 

O jogo terá arbitragem de Miguel Nogueira (AF Lisboa) e contará com Francisco Pereira e Nuno Pires como assistentes. No VAR estará David Rafael Silva.

Estoril

Sistema: 3x4x3.

Onze provável: Marcelo Carné, Raúl Parra, Eliaquim Mangala e Bernardo Vital; Rodrigo Gomes, Jordan Holsgrove, Mateus Fernandes e Tiago Araújo; Rafik Guitane, João Marques e Cassiano.

Castigado: Pedro Álvaro.

Lesionados: Erick Cabaco e Alex Soares

Figura: Rafik Guitane. Tal como havia sucedido há algumas semanas, quando o calendário colocou embates perante Sporting de Braga e FC Porto com apenas três dias de intervalo, o francês foi protegido no duelo de Taça (naquela situação, Taça da Liga) e tal voltou a suceder na passada terça-feira, na receção aos dragões pela Taça de Portugal. Guitane entrou ao intervalo e não foi sujeito a desgaste em demasia, o que poderá significar más notícias para o Moreirense, que enfrentará um camisola 10 com baterias carregadas e pronto a desequilibrar a partir da ala direita estorilista com o seu hábil pé esquerdo com ações ofensivas de relevo que o tornam indiscutível titular no campeonato.

Rafik Guitane, de 24 anos, é peça fundamental nas manobras ofensivas do Estoril. (IMAGO)

O que disse Vasco Seabra: «O Moreirense juntou vários fatores, que têm que ver o talento individual dos seus jogadores e o talento do seu treinador e obviamente que nos apresentou, e tem vindo a demonstrar, qualidade no que tem sido o seu desempenho. Antes desta última derrota, penso que nos últimos sete jogos não tinha perdido».

Moreirense

 

Sistema: 4x2x3x1.

Onze provável: Kewin Silva, Dinis Pinto, Maracás, Marcelo e Pedro Amador; Lawrence Ofori e Gonçalo Franco; Madson Monteiro, Alanzinho e João Camacho; Matheus Aiás.

Castigados: -.

Lesionados: Alhassane Sylla, Hernâni Infande e Rodrigo Macedo.

Figura: Lawrence Ofori. Já sem o goleador e capitão de equipa André Luís, que partirá rumo à China, a consistência do miolo do Moreirense ganhará importância acrescida. Desde a fase inicial da época, o 4x2x3x1 encaminhou os cónegos até uma longa série sem derrotas com apenas duas interrupções, primeiro numa surpreendente eliminação da Taça de Portugal e, na passada segunda-feira, ante o Casa Pia, muito devido à dinâmica promovida pela dupla formada entre Gonçalo Franco e este ganês, que contribui com energia e agressividade que beneficiam o coletivo…e por vezes o sacrificam (já foi admoestado com cinco amarelos).

O que disse Rui Borges: «Fora os dois últimos jogos, o Estoril é uma equipa muito agressiva no último terço, com muitas dinâmicas, muita mobilidade, que gosta de ter bola e valoriza muito o jogo. Temos de estar coesos, organizados e proativos, algo que nos faltou no último jogo. Somos uma equipa competitiva, que dá poucas oportunidades».