Estoril: Finn permanece e ‘reforça’ os sub-23 até final da época

Sem espaço na equipa principal no imediato, médio aproveita visibilidade para ganhar pontos para o futuro; continuará a competir na segunda equipa, com perspetiva de conquistar a Liga Revelação

Tal como planeava, o Estoril resolveu todos os processos pendentes que tinha até ao encerramento do mercado e fê-lo de formas diferenciadas, não optando em todos os casos pela desvinculação. Ivan Pavlic e Dele Yusuf, que não tinham espaço junto de Vasco Seabra e terminavam contrato em junho, anteciparam a sua saída com uma rescisão amigável, mas Harouna Sy e Finn Dicke optaram por permanecer no clube apesar de não fazerem parte das escolhas.

Se o francês ainda não foi utilizado oficialmente e decidiu ir à luta, mantendo-se como concorrente de Tiago Araújo pela ala esquerda, o neerlandês também não enveredou pela porta de saída apesar de não competir pela equipa principal desde julho. No caso de Finn, a solução encontrada pelo Estoril para a sua situação passou pelo seu reaproveitamento, colocando-o ao dispor da equipa sub-23, para a qual dispõe de idade regulamentar (tem apenas 19 anos) e também de identificação com o grupo.

Recorde-se que Finn Dicke foi colocado ao dispor da equipa sub-23 do Estoril a partir de dezembro para recuperar condição física, visto que já atravessava um hiato competitivo de mais de quatro meses quando se estreou na presente edição da Liga Revelação numa receção ao Estrela da Amadora na qual teve direito a 65 minutos de utilização. A experiência foi produtiva para todas as partes – o médio defensivo ganhou rodagem, a equipa principal promoveu mais um ativo e os sub-23 ganharam um reforço de qualidade.

Desta forma, cerca de três semanas depois a fórmula repetiu-se, com mais duas participações, uma de poucos minutos ante o Benfica (10 minutos) e uma aparição a tempo inteiro frente ao Gil Vicente, numa total harmonia de vontades que se revelou extremamente útil, visto que as opções apresentadas pelo mercado não foram do agrado das duas partes e a situação do jogador numa perspetiva de longo prazo poderá ser bem diferente daquela com que se depara no momento atual.

Hoje, Finn Dicke vê o seu espaço de manobra na primeira equipa tapado por Jordan Holsgrove, Mateus Fernandes, Mor Ndiaye, Vinícius Zanocelo e ainda Michel Costa, mas tem contrato de longa duração – até 2027 – e poderá ver a sua influência aumentada na próxima época. Assim, a perspetiva de cumprir a segunda metade da temporada nos sub-23, ao serviço de um dos principais candidatos a conquistar a Liga Revelação, faz com que o centrocampista natural dos Países Baixos possa estar a gosto e totalmente comprometido com esse conjunto.

De resto, Finn reencontra alguns dos companheiros junto dos quais se destacou na época passada nesta mesma competição, na qual realizou 26 partidas, com quatro golos apontados, o que lhe daria uma visibilidade bem maior. Infelizmente para o médio, a partida desta terça-feira, frente ao Torreense, não foi particularmente feliz a nível pessoal, visto ter sido expulso por acumulação de amarelos ao minuto 89, muito embora tenha contribuído para o sucesso da equipa, que venceu por 2-1 e partilha a liderança com o Sporting.