Espanha: treinadores ameaçam entrar em greve

Querem acabar com as indemnizações a técnicos despedidos que se estendem pelo tempo. Reunião juntou Ancelotti, Hansi Flick, Diego Simeone e todos os líderes das equipas do principal escalão

MADRID - Os treinadores do principal escalão em Espanha ameaçam entrar em greve caso não haja acordo com a Liga para impedir os clubes de contratarem novos treinadores enquanto não saldarem as dívidas com os antecessores.

Isto mesmo foi discutido esta terça-feira no Comité Nacional, o equivalente à Associação de Treinadores em Portugal, numa reunião em Laz Rozas em que participaram todos os treinadores da primeira divisão, incluindo Carlo Ancelotti, Hansi Flick e Diego Simeone.

De acordo com vários registos, esta ameaça será levada esta quarta-feira numa reunião que irá juntar o organismo que representa os técnicos, a La Liga e a Real Federação Espanhola de Futebol.

Isto surge na sequência dos casos de Quique Setién no Barcelona e Álvaro Cervera no Cádis. No caso do ex-treinador dos blaugrana, está em causa uma dívida de quatro milhões de euros.

Segundo o regulamento atual, os clubes que despeçam um treinador podem pagar a indemnização durante o tempo em vigor do respetivo contrato e simultaneamente contratar um sucessor. O que o Comité Nacional pretende, de forma unânime, é impedir que o referido pagamento se estenda para lá da época desportiva em que se dá o despedimento, nem que seja através da figura das garantias de pagamento.

O facto de os clubes poderem tratar destes casos recorrendo às leis laborais impede a federação de impor normas como esta que os técnicos estão agora a exigir. Caso não haja fumo branco, a possibilidade de uma paragem histórica é uma realidade.