Eriksson escreve carta emocionante: «Tenho a sorte de falarem de mim enquanto estou vivo»
Eriksson foi homenageado na Luz (IMAGO / Maciej Rogowski)
Foto: IMAGO

Eriksson escreve carta emocionante: «Tenho a sorte de falarem de mim enquanto estou vivo»

INTERNACIONAL30.06.202416:59

Antigo treinador do Benfica está a lutar contra um cancro terminal

Sven-Goran Eriksson, antigo treinador do Benfica que se encontra a lutar contra um cancro terminal, escreveu uma carta emocionante no The Telegraph.

«Para começar, peço desculpa pelo atraso. Esta coluna deveria ter começado antes do início do Euro 2024, mas tive um pequeno contratempo. Agora sinto-me muito melhor», começou por escrever.

«Desde que soube que tinha cancro terminal viajei por Suécia, Inglaterra, Itália e Portugal. A bondade das pessoas levou-me muitas vezes às lágrimas. Normalmente, toda a gente fala muito bem das pessoas que já morreram. Eu tenho a sorte de falarem de mim enquanto estou vivo. O calor e o amor que senti deram-me energia e felicidade, sem dúvida ajudaram-me a manter-me positivo em relação ao meu estado de saúde. Tenho uma doença e toda a gente sabe disso, mas agora estou bem. Mas ainda estou de pé. Se perguntar aos médicos quanto tempo tenho de vida, eles não poderão responder. Se isso me preocupa? Acho que é melhor não saber», prosseguiu.

O treinador sueco, que orientou também Gotemburgo, Roma, Sampdoria, Lazio e seleção inglesa, revelou que recebeu a visita de David Beckham, que lhe ofereceu seis garrafas de vinho.

«No fim de semana passado recebi a visita do meu antigo capitão de Inglaterra, David Beckham. O David ligou-me e disse que viria. Isso demonstra quem é o Beckham. Não tinha necessidade de vir cá, mas quis fazê-lo. Chegou com seis garrafas de vinho, uma delas de 1948, ano em que nasci. É esse o David Beckham que conheci, uma pessoa extremamente boa», referiu.

Eriksson deixou uma palavra a Gareth Southgate, selecionador de Inglaterra: «A pressão como selecionador é imensa. Inglaterra é um dos países com mais futebol no mundo, mas também é como um sonho. Quando sais do país para ir para um torneio importante, tens a sensação de que estás numa missão. Quase sentes que tens 60 milhões de euros a empurrar-te. Sentes-te como os Beatles. É uma festa durante um mês. É uma grande experiência de vida. A crítica faz parte do trabalho. Se ganhar o Euro 2024 ficará por muito tempo. Não têm criado muitas ocasiões, mas também não têm concedido muitas.»

A celebração de Bellingham (FOTO: IMAGO)

O sueco comparou ainda Bellingham a Rooney: «Quando olho para o Bellingham, lembro-me do Rooney. São jogadores diferentes, mas a sua idade, valentia e poder são aspetos que têm em comum.»