«Era um bêbado feliz, agora sou um bêbado triste»
Antigo jogador Paul Gascoigne reflete sobre escolhas e assume fraquezas
Paul Gascoigne, 56 anos, falou novamente de forma aberta sobre a sua vida extra-futebol, nomeadamente os problemas com o consumo de álcool, que ainda o afetam, apesar de vários programas de desintoxicação e encontros de alcoólicos anónimos (AA).
O antigo jogador, popularmente conhecido pelo diminutivo ‘Gazza’ no Reino Unido, admitiu uma dependência forte, mas disse que vai continuar a lutar e só parará quando estiver «numa caixa de madeira».
«Eu era um bêbado feliz. Já não sou. Não saio para beber, agora bebo em casa», revela ao podcast High Performance.
«As pessoa conhecem o Paul Gascoigne, mas não conhecem o Gazza, às vezes nem eu conheço. As coisas por que já passei... tenho sorte em ainda estar aqui», afirmou o jogador que passou por Newcastle, Tottenham , Lazio, Rangers, Middlesbrough, Everton ou Burnley.
«Tento não me deprimir, porque o mundo já está suficientemente deprimido. E é quando estou mesmo deprimido que bebo para me animar. Mas agora já não culpo ninguém, fazia muito isso quando bebia muito», confessou, recordando a carreira, ele que foi internacional pela Inglaterra por 57 vezes: «Estive muitos anos parado, como quando rompi os ligamentos e depois a rótula. Ao todo perdi 4 anos. Podia ter tido 100 internacionalizações.»
«Se houve alguém a quem dececionei foi a mim mesmo. Não creio que tenha desapontado treinadores, colegas ou adeptos», disse ainda. Gascoigne deixou e jogar em 2004 e já esteve uma mão cheia de vezes em reabilitação.
Sobre as suas rotinas, confessou ter algum poder de escolha: «Se quero que seja um dia mau, vou ao pub, se quero que seja bom pego na cana e vou pescar. Nem é tanto a bebida, é o que acontece depois, quando vou ver o telemóvel e tenho 30 chamadas não atendidas…»
Apesar de reconhecer que «será sempre um alcoólico», Gascoigne revelou ainda que passou a beber… mais café. «Nunca me rendi. Creio que só me vou render quando estiver numa caixa de madeira. Até lá vou continuar a lutar.»