CRÓNICAS DE UM MUNDO NOVO Em Kiev, ao som de Caro Emerald… (artigo de José Manuel Delgado)
O jornal A BOLA está a publicar, num espaço a que deu o nome genérico de «A BOLA É MINHA», textos de treinadores e demais personalidades do nosso desporto, onde são partilhados pensamentos e vivências desde confinamento forçado, ou memórias e reflexões que noutro contexto não viriam para a praça pública.
Muito recentemente falei com o Luís Castro, que permanece a 4.000 quilómetros, em Kiev, e perguntei-lhe se queria juntar-se a nós nesta iniciativa que é sobretudo uma forma de aproximação entre todos. Por certo, ler estes textos aquece a alma, mas escrevê-los também, porque solta sentimentos e faz desvanecer a sombra que paira sobre o coração.
O Luís Castro enviou-me um texto lindíssimo - como o Gonçalo Guimarães partilhava comigo, «muito intimista» - onde a páginas tantas diz que nos momentos em que a saudade bate mais forte e a angústia aperta, mete-se no carro, e vai passear por Kiev apenas na companhia da música. Li e liguei-lhe, só por curiosidade, a perguntar o que é que ele ouvia de tão especial.
«Oiço a Caro Emerald, conheces?» Perante a minha ignorância, o Luís lançou-me o desafio:
«Tens de ouvir, é absolutamente sublime. A minha canção preferida é ‘A Night Like This’.»
Antes de ouvir, a dra. Wikipédia informou-me sobre Caro Emerald, uma ‘jazz singer’ holandesa de 39 anos e fui ao Youtube ouvir a faixa proposta pelo Luís Castro, que é absolutamente sublime e que tomo a iniciativa de partilhar com os nossos estimados internautas.
Por isso, ao Luís Castro deixo votos de que muito em breve oiça Caro Emerald, em Kiev, no Porto ou em Berlim na companhia de quem quem mais gosta.
Aqui fica um excerto do belíssimo texto que o treinador do Shakhtar Donetsk publica hoje no jornal A BOLA…
«Por aqui a vida vai-se levando, sozinho, é certo, mas sempre com a família por perto; diariamente em contacto com o Porto e Berlim. Quando o ar no apartamento se torna irrespirável, pega-se no carro, dá-se uma volta por Kiev a ouvir a música que nos acalma e quando se volta a entrar em casa já estamos um pouco mais oxigenados. Vivemos o presente, com consciência cívica, mas sempre à espera de notícias que nos indiquem que direção o futuro vai tomar.»