Futebol Feminino «É cada vez mais difícil fazer uma convocatória»

Francisco Neto, selecionador nacional, pretende uma equipa «competitiva» e «organizada» para a histórica e inédita participação de Portugal numa fase final do Mundial, que se disputa, este ano, entre 20 de julho e 20 de agosto, na Austrália e na Nova Zelândia. A turma das quinas integra o grupo E, com Estados Unidos (atual campeã mundial), Países Baixos (último finalista vencido) e Vietname.

«O que queremos, tal como no último Europeu, é chegar ao último dia da fase de grupos a depender só de nós. Teremos de ser altamente competitivos e organizados para podermos chegar ao jogo com os Estados Unidos sem ter de fazer contas. As nossas experiências nos últimos europeus deixam-nos emocionalmente mais preparados», comentou, no Fórum da Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF), a decorrer em Viana do Castelo.

Antes do campeonato do mundo, Portugal vai disputar, em abril, jogos de preparação frente a País de Gales e Japão.

«Defrontar uma equipa de uma outra confederação [o Japão], que tem objetivos ambiciosos no Mundial, vai dar-nos maior adaptação às dificuldades que iremos encontrar. Vamos experimentar novas ideias e verificar em que nível estamos», afirmou.

Francisco Neto destacou ainda a evolução do futebol feminino nos últimos anos.

«Há um bom trabalho da estrutura federativa, mas também dos nossos clubes. As jogadoras chegam cada vez mais bem preparadas e em melhores condições. É cada vez mais difícil fazer uma convocatória, com tantas opções e isso é sinal do crescimento do futebol feminino», referiu.

«Já conseguimos olhar para adversários de uma outra forma. Em 2017, tínhamos 14 jogadoras em condições profissionais no estrangeiro, atualmente só temos seis lá fora, porque as outras já conseguem estar em Portugal a fazer aquilo que mais gostam», concluiu.