Duarte Gomes analisa arbitragem do V. Guimarães-FC Porto

Especialista A BOLA sublinha que se tratou de um jogo muito difícil de gerir pelo árbitro Nuno Almeida

Nuno Almeida, da Associação de Futebol do Algarve, viajou até ao Minho, para dirigir o Vitória de Guimarães-FC Porto. No VAR, esteve António Nobre (AF Leiria). 

Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro: 

13' Lance com dois momentos de análise: Maga foi pisado por Zaidu, em infração negligente do nigeriano. O árbitro aplicou a vantagem mas não exibiu cartão amarelo, como devia, na interrupção seguinte. Curiosamente essa só aconteceu quando o lateral do FC Porto foi também pisado com negligência por Dani. Nuno Almeida optou por ser benevolente na análise disciplinar e aí foi coerente. O certo é que os dois jogadores deviam ter sido advertidos. 

15' João Mário terá sido surpreendido pelo facto de João Mendes, à sua frente, não ter cabeceado a bola. Independentemente disso, o defesa do FC Porto abordou o lance com o braço direito aberto, sem que isso se justificasse para a sua ação defensiva. O movimento, desnecessário e evitável, interferiu na trajetória de bola. Pontapé de penálti bem assinalado. 

17' André Silva falhou a execução do pontapé, mas marcou na recarga. Diogo Costa defendeu o remate inicial, estando em posição correta: o pé direito do guarda-redes estava sobre (ou até atrás) da sua linha de baliza. 

22' Nuno Almeida analisou corretamente: João Mário não sofreu falta perto da área do Vitória. Na sequência, contra-ataque do Vitória com Jota a obrigar Diogo Costa a defesa de recurso. 

26' Francisco Conceição entrou de forma negligente sobre Tomás Ribeiro e foi bem advertido.

27' Francisco Conceição não sofreu falta, embora o árbitro a tivesse assinalasse. Ato contínuo, Daniel Silva teve entrada totalmente antidesportiva sobre Alan Varela e viu o amarelo com justiça. 

38' A bola ressaltou nos pés de Alan Varela e viajou de forma inesperada, para o braço/corpo de Pepe. Não houve qualquer movimento irregular do central do FC Porto. Lance bem analisado na área azul e branca. 

39' A equipa forasteira empatou por intermédio de Zaidu. O lance merece análise cuidada em dois momentos: a falta que deu origem ao golo e a finalização do defesa azul e branco. Em relação à primeira, não percebemos se Nuno Almeida puniu alegada infração de Tomas Handel sobre Pepê (não foi percetível se ocorreu) ou, imediatamente a seguir, de Jorge Fernandes sobre o brasileiro (foi claro que não aconteceu). Quanto ao golo em si, Zaidu saltou de forma correta, sem cometer falta nas costas de Magalhães. 

42' Tacle legal de David Carmo sobre Jota, apesar dos protestos vindos das bancadas e de alguns jogadores vimaranenses. 

50' Erro relevante na partida: Ricardo Mangas puxou o pulso/braço direito de Pepe de forma demasiado demorada e continuada para não ser valorizada. O contacto foi suficiente para desequilibrar e derrubar o adversário. O árbitro algarvio foi surpreendido pela marcação do pontapé-livre e não estava a olhar para a zona de acão, daí não se ter apercebido da falta. A infração era de "intervenção obrigatória" por ser clara e óbvia nas várias imagens transmitidas. 

59' Golo legal do FC Porto, marcado por Francisco Conceição. 

72' Entrada negligente de André Silva sobre João Mário bem sancionada com advertência. 

77' Galeno rematou com perigo para defesa de Varela, em lance sinalizado como irregular (fora de jogo). A bola ficou na posse do Vitória, que saiu a jogar. O árbitro permitiu e bem que o jogo continuasse. 

78' Ricardo Mangas queixou-se de ser tocado em falta em lance próximo da área do FC Porto. O jogador parece ter sido derrubado, na passada, por João Mário (e não por Francisco Conceição, logo a seguir). A bola ficou na posse da equipa da casa e o lance culminou com remate perigoso, para defesa para canto de Varela. 

85' Galeno atingiu com o braço esquerdo o peito de José Carlos. O árbitro entendeu que o movimento foi negligente (deduziu que o toque foi no rosto). A infração, apenas imprudente, não justificava ação disciplinar. 

90' Jorge Sanches retardou deliberadamente o recomeço de jogo e foi (bem) advertido. 

90+5' Jota protestou decisão do árbitro assistente e foi corretamente advertido pela reação intempestiva. 

Nota: 5