Dragão a domar a presa sem grande dificuldade (crónica)
Dragões entraram com o pé direito na Liga (foto: GRAFISLAB)

FC Porto-Gil Vicente, 3-0 Dragão a domar a presa sem grande dificuldade (crónica)

NACIONAL10.08.202423:00

FC Porto deu continuidade à conquista da Supertaça e entrou com o pé direito no campeonato, o grande objetivo da temporada. Galeno, Iván Jaime e Namaso materializaram o ascendente da equipa azul e branca

O FC Porto deu sequência à conquista da Supertaça Cândido de Oliveira, diante do Sporting, entrando com o pé direito no campeonato, num triunfo que nunca esteve em causa, porquanto a superioridade portista foi sempre evidenciada e só no início da segunda parte, em duas situações, o Gil Vicente causou ligeiro perigo para a baliza de Diogo Costa.

Não foi uma exibição avassaladora, digamos assim, até porque os dragões até entraram de forma amorfa no encontro, muito por culpa de alguma falta de jogo interior e criatividade, sobretudo no último terço do campo. Foi, na realidade, um começo de jogo lento do FC Porto, sem grande acutilância, com o jogo portista a passo de caracol, o que permitiu, em certa medida, ao Gil Vicente levar a água ao seu moinho. Montado num 4x4x2, com duas linhas muita baixas, impedindo sobretudo Nico González e Iván Jaime de se soltarem das amarras, a formação de Barcelos surgiu no Dragão com a lição bem estudada e, embora não importunando a área de Diogo Costa, ia adiando ao máximo as intenções do FC Porto abrir o marcador.

Mas uma má abordagem de Buatu, num cruzamento em que procurou acossar Nico González, acabou por meter a mão à bola, permitindo assim que Galeno desatasse um nó que estava bastante complicado, muito por culpa da falta de velocidade exercida pela equipa de Vítor Bruno. Os dragões erraram muitos passes no último terço e só através das investidas de Martim Fernandes e de Gonçalo Borges (à direita) e Iván Jaime e Galeno (à esquerda) iam criando algum frisson junto da área gilista, mas faltava também presença junto aos centrais contrários, algo que Namaso não estava a conseguir.

Reentrada temerária

Quando se perspetiva um regresso mais enérgico após o interregno por parte dos azuis e brancos, foi precisamente o Gil Vicente que surgiu de crista levantada, mostrando que queria levar a partida para outro patamar. Maxime Dominguez desferiu um remate perigoso que Diogo Costa susteve e pouco depois foi Rúben Fernandes a aparecer completamente solto ao segundo poste a causar grandes calafrios ao último reduto portista.

Mas os dragões acabariam por chegar ao golo da tranquilidade, numa recuperação de bola e saída rápida em contragolpe, culminada com um belo golo de Iván Jaime, que está com o pé calibrado. Foi um soco no estômago dos minhotos, que baixaram literalmente a guarda, já que Nico González seria pouco tempo depois derrubado por Andrew, o que permitiu aos portistas selarem em definitivo o resultado.

Iván Jaime continua terrível

Revigorado com a confiança que tem tido de toda a estrutura do futebol profissional, a começar obviamente pelo técnico Vítor Bruno, Iván Jaime vai soltando toda a sua magia. Depois de ter sido decisivo na conquista da Supertaça, voltou a deixar marca no triunfo do FC Porto, pese embora também Alan Varela tenha sido um autêntico pêndulo na zona intermédia, conferindo enorme equilíbrio à equipa. O FC Porto está ainda em processo de crescimento, nota-se que há arestas a limar, mormente no aspeto defensivo, mas salta à vista o facto de Vítor Bruno ter muitas soluções no banco, capaz de dotar a equipa de outras valências quando o jogo não está a correr de feição. O importante, sem grande dose de brilhantismo, foi alcançado, que era começar a ganhar na Liga. Segue-se agora uma difícil deslocação aos Açores para defrontar o Santa Clara.