Diogo Dias (Estoril): «Estou pronto para jogar na equipa principal»
Guarda-redes mostra-se satisfeito por ter conseguido mostrar o seu valor nos sub-23 dos 'canarinhos'; scout do emblema da Amoreira identifica características que tornam o departamento em que trabalha um fator de sucesso para o emblema da Amoreira
Com apenas 20 anos, Diogo Dias já conquistou duas Taças Revelação, duas Ligas Revelação e…até a primeira que o Estoril conquistou, em que não estava, porém, inscrito na altura. Pontifica como terceiro guarda-redes da equipa principal e sonha em dar o próximo passo no clube no qual se formou. A fórmula para o sucesso, dita, foi a «família». «Nos momentos em que precisávamos uns dos outros estávamos todos presentes, fosse dentro ou fora de campo. Acho que foi isso que nos definiu: este ano, fomos uma família, claramente isso», definiu aquele que recentemente alcançou a sua segunda Taça Revelação, sendo que também já arrecadou duas Ligas Revelação e até estava integrado no plantel do Estoril que venceu a prova pela primeira vez.
Diogo Dias sente, por isso, que de alguma forma tem duas Ligas Revelação e meia no currículo. «Não estava inscrito nessa primeira porque o previsto, entre o clube e a SAD, era eu jogar e continuar a jogar nos sub-17 e continuar a treinar e a ser convocado nos sub-19. Acharam por bem, em comunhão entre clube e SAD, que eu não ficasse parado no período de COVID e integrasse os trabalhos da equipa sub-23 mesmo sendo sub-17 na altura. Ganhei aquele sentimento de saber o que é o nível profissional e o que é preciso para alcançar estes troféus», regista, motivado.Além dos títulos conquistados, o guardião ainda se estreou na Taça da Liga e trabalhou regularmente com os guarda-redes da equipa principal, Dani Figueira e Marcelo Carné. Poder ter essa oportunidade, ainda tão jovem, reforçou ainda mais o seu estatuto.
«Claro, tive reunião com o Estoril logo no início e eles avisaram-me: olha, vais fazer a pré-época com a equipa principal e não estava à espera. Tinha esse objetivo, como é óbvio, mas tudo a seu tempo. Acaba por ajudar-me muito enquanto jovem, consigo sempre aprender com eles. Consegui estrear-me e tenho de agradecer à estrutura do Estoril por poder ter-me estreado, era um sonho de criança e era esse o objetivo, mas agora quero e ambiciono mais», estipula, depois de um ano a evoluir ao lado de Dani Figueira e Marcelo Carné.
Para o futuro próximo...ainda nada está decidido. «Por enquanto, para ser honesto, foquei-me na Taça Revelação e em desfrutar. Haverá agora uma pausa de um mês inteiro para avaliar todas essas situações, não estou a pensar realmente muito nisso. Como é óbvio, tenho a ambição de jogar primeira Liga pelo Estoril, que é o meu clube e já são dez anos…mas ainda não estou muito focado nisso», reconheceu o jovem guardião.
Scouting é chave: «há uma comunicação diária, muito limpa e muito honesta»
O scouting é identificado como uma mais-valia para toda a organização no Estoril e Pedro Ribeiro é um dos três elementos de um departamento que é dividido com os companheiros Hugo Pina e Bruno Rodrigues que no background trabalham para alimentar esta máquina. Num Estoril que dispensa a figura de um diretor desportivo, Pedro Ribeiro define a «comunicação limpa» com o presidente Ignacio Beristain como «chave». «É fundamental e há uma comunicação diária, muito limpa e acima de tudo muito honesta entre nós os quatro (ndr: Beristain e os três scouts) e felizmente tem dado resultado», constatou o responsável.
«O presidente é alguém que é muito presente no clube, na própria avaliação aos treinos da equipa principal e dos sub-23 e diariamente estamos a discutir jogadores, quem está a jogar noutras Ligas, quem pode ser hipótese, uma oportunidade de negócio que por vezes surge também pelos nossos contactos, que felizmente temos reforçado bastante por esta política de funcionamento", define Pedro Ribeiro, que abriu a porta sobre como é um dia de um scout no Estádio António Coimbra da Mota.
«Fazemos, além da identificação de talento, reuniões diárias, semanais, para juntar nomes de jogadores e debatê-los, ver quem está à frente de quem, para chegarmos com uma informação muito filtrada para que o presidente possa tomar a decisão final. Um departamento de scouting ganha muito quando tem elementos diferentes dentro do próprio departamento. Há alguém que trabalhe a data, outros mais o networking em que, felizmente, o nosso scouting é muito forte e um dos nossos core businesses além da identificação de talento. Conseguimos complementar-nos com informações, um a um, com informações e bagagens de dados anteriores que já temos", argumentou o scout de apenas 33 anos, antigo treinador e que não enjeita a ideia de, mais tarde, tornar-se diretor desportivo.
«No meu percurso passei de treinador para coordenador, de coordenador para scout e de scout para chief scout. O meu caminho a curto, médio prazo, será um bocadinho por aí e, num prazo mais além, um pouco a figura de diretor desportivo, mas não para agora», planeou Pedro Ribeiro, que se mostrou plenamente realizado pela funções que atualmente desempenha no Estoril.