SC Braga-Sporting, 2-4 Destaques do Sporting: 'Last dance' foi Harder, mas valeu muito a pena assistir a este bailado
Morita, Gonçalo Inácio, St. Juste e Harder saltaram do banco para a reviravolta. Hjulmand, na raça, a voz da liderança, foi a âncora de um barco que parecia estar à beira do naufrágio. Pedro Gonçalves titular na despedida de Amorim, mas as lágrimas foram pela lesão
Melhor em campo: Harder (nota 8)
O dinamarquês tem sido apontado como um mini-Gyokeres, mas, nesta fase do campeonato o mini já fica para trás. Tem ganho minutos e aproveita-os da melhor forma. Não tem medo de ir para cima no um para um, fazendo valer-se, claro está, do seu porte físico, sempre de olhos postos na baliza. Lançado aos 56', cumpriu, e de que maneira, o que lhe foi pedido para agitar o jogo. Aos 63, cruzou tenso, da esquerda, com Matheus a antecipar-se; aos 90', encheu o pé, à entrada da área, dando o melhor seguimento ao passe de Morita, colocando os leões em vantagem no jogo. A expressão de felicidade, os olhos a brilhar mais do que o cabelo louro e uma agressividade (positiva, entenda-se), na procura de mais. E conseguiu. Já nos descontos, percebeu a intenção de Trincão e recebeu a bola na perfeição e repetiu a graça; bisou de fora da área.
Franco Israel (6) — Ainda a frio, aos 12 minutos, mostrou-se seguro a agarrar cruzamento/remate de Bruma, depois boa estirada a desviar centro de Roger, que subiu sem vergonha a driblar Diomande, onde aparecia Gabri ao segundo poste (28'). Nos dois golos que sofreu acabou por ser traído pelos seus defesas. Aos 54' encaixou bem livre cobrado por Roger.
Debast (4) — Sentiu muitas dificuldades com Bruma e El Ouazzani. No lance do primeiro tentou o lance, mas colocou a bola nos pés de Horta. No segundo, estava adiantado e andou aos papéis, com Diomande a descair para a direita e a deixar o eixo da defesa desguarnecido. Ficou no balneário ao intervalo.
Diomande (6) — Bruma deu-lhe trabalho, algo ainda mais acentuado por algum desacerto de Debast, em que teve de fazer umas dobras. Forte nos duelos, sempre a manter seguro o seu metro quadrado. Aos 84 minutos aproveitou um lance confuso na área dos bracarense para rematar à baliza, mas Matheus defendei com facilidade.
Matheus Reis (5) — Demorou algum tempo a conseguir subir, muito por culpa da vantagem do SC Braga, com Roger a fazer muitas incursões do seu lado. Aos 49' lançou Maxi Araújo na esquerda, que apesar do esforço não conseguiu recolher dentro das quatro linhas e aos 79', antes de sair, fez passe longo a solicitar Gyokeres, mas o guardião Matheus antecipou-se.
Quenda (7) — Este menino está cada vez mais maduro. Não se pode fechar os olhos ao facto de não ter aliviado a bola quando podia no lance do primeiro golo, mas o que fez no resto do jogo serviu para compensar uma decisão menos boa. Gabri Martínez foi mártir, passou-lhe a bola entre as pernas um par de vezes... Ele fez lançamentos laterais longos, bateu cantos teleguiados (daí nasceu o primeiro golo), arrancadas pela direita, dribles e ainda um lançamento para Gyokeres (51'), que ganhou em velocidade a Paulo Oliveira, mas Matheus deu conta do recado.
Hjulmand (7) — Deixou fugir Bruma um par de vezes, mas a exibição foi em crescendo. Na raça, na voz de comando. Levou a equipa para a frente no momento mais difícil do jogo em na raça, de fora da área conseguiu quebrar a muralha dos arsenalistas, dando, assim início à reviravolta.
Daniel Bragança (4) — Na retina fica o lance do segundo golo dos arsenalistas, em que perdeu a bola num duelo com João Moutinho, que lançou Bruma que, por sua vez, bailou à frente de Diomande para cruzar para Ricardo Horta, Israel ainda fez uma defesa, com os pés, mas o esférico acabou dentro da baliza. Saiu aos 56'.
Maxi Araújo (5) — Deu algum trabalho a Roger. Aos 43’ fez um remate à malha lateral, tentou muito ir à linha cruzar, mas nem sempre teve a bola como desejava. Algumas picardias com João Ferreira.
Trincão (7) — No regresso à Pedreira esteve muito marcado (sofreu bastantes faltas). Aos 27', teve uma grande arrancada a visar a baliza de Matheus, mas Ricardo Horta cortou o lance. Tentou marcar de livre (45+4'), mas o guardião brasileiro agarrou sem dificuldades. Com os seus slaloms desequilibrou e ainda fez a assistência para o último golo, num contra-ataque a lançar Harder.
Gyokeres (6) — O sueco esteve muito (muito) vigiado, com Niakité a ter a lição bem estudada. Aos 43', serviu Maxi Araújo, que acertou na malha lateral. Aos 51', lançado por Quenda, viu Matheus brilhar; aos 61' falhou por centímetros cruzamento de Catamo.
Pedro Gonçalves (3) — Um amarelo aos 13', por protestos, e aos 26' lesionou-se sozinho, na perna esquerda. Deixou-se cair no chão, pediu substituição e encaminhou-se diretamente para o balneário... em lágrimas.
Catamo (6) — Entrou muito bem no jogo, já com a equipa em desvantagem. Com um punhado de lances a visar a baliza e um remate prensado, aos 72', que Matheus conseguiu resolver.
St. Juste (7) — Confere grande segurança ao setor defensivo. Subiu com conta peso e medida, tentou um passe de calcanhar, que deu origem ao primeiro golo. Aos 59', saltou mais alto do que toda a gente, cabeceou ao poste e, na recarga, Morita marcou.
Morita (6) — Entrou e marcou: ao segundo poste, oportuno. E ainda assistiu Harder, após roubar a bola a Niakité.
Gonçalo Inácio (6) — Saiu do banco para servir Hjulmand. Com um passe, por dentro, a encontrar o capitão à entrada da área.