Destaques do Benfica: com este grego o ataque não é uma tragédia
Pavlidis (Miguel Nunes)

BENFICA-BRENTFORD, 1-1 Destaques do Benfica: com este grego o ataque não é uma tragédia

NACIONAL25.07.202423:00

Pavlidis continua a marcar e, mais do que isso, a devolver a sensação de que a equipa de Roger Schmidt voltou a ter um ponta de lança; Marcos Leonardo encontrou o seu papel na equipa, Prestianni e Carreras, que personalidade!

Vangelis Pavlidis

Sente-se, ao vê-lo a jogar, que o Benfica voltou a ter um ponta de lança. Não é alguém que faça lembrar Gonçalo Ramos, apesar de também defender e pressionar, antes passa a imagem de que haverá um novo estilo no ataque. Deixa sempre a sensação de saber, realmente, o que está a fazer, quer esteja com bola, quer esteja sem ela. É muito intencional na forma como faz as coisas. Marcou, ao primeiro poste, com desvio subtil, pisando o terreno certo no momento certo.

Marcos Leonardo

A necessidade de ser o primeiro a pressionar e, por isso, de muito correr, não parece ser a sua praia, como se viu na época passada, mas jogar nas costas de alguém, complementando o esforço e aproveitando a bola ganha com raciocínio rápido parece tarefa feita para ele. Esteve no golo do Benfica, bola bem recuperada, seguido de gesto técnico hábil e abertura oportuna para Aursnes. Não há a velocidade de Rafa, mas há qualquer coisa boa e diferente.

Álvaro Carreras

Belo cruzamento para o 1-0, de quem sabe o que fazer para desequilibrar no último passe. Mas o espanhol foi muito mais do que isso: combinações com Aursnes, dobras a Morato, saber atacar e saber defender. Carreras está nitidamente diferente, parece outro jogador, com maturidade e sobriedade no seu futebol, mas mantendo a qualidade no pé esquerdo que já fora vista na temporada passada. Foi particular, mas foi o melhor jogo com a camisola do Benfica.

Gianliuca Prestianni

Que surpresa! Na temporada passada jogara pelo Benfica, mas não na Luz, e na estreia em casa assumiu como poucos a condução de jogo, o 1x1, a dose de criatividade e irreverência de que a equipa necessitava. É bom com a bola, é veloz, pressiona os adversários, queixou-se de um penálti sofrido ao ganhar a bola no corpo a corpo com o adversário, foi, enfim, um pouco de tudo. Não andou longe do golo, de marcar ou oferecer. E merecia muito esse prémio.

Trubin — Hesitou, ao minuto 9, e não chegou à bola mal atrasada por Morato, mas nunca saberemos o que teria acontecido se tem saído rapidamente da baliza para ir discutir a bola com Bryan Mbeumo. Belo passe de 50 metros para Aursnes aos 52'. Jogo relativamente descansado na baliza do Benfica.

Bah — Manteve um tom médio quando defendeu e quando atacou, não se afastando muito do seu meio campo pois o corredor tinha muita utilização inglesa.

Tomás Araújo — Mostrou mais do que uma vez a sua velocidade no 1x1 com os atacantes adversários e mostrou uma vez mais que está pronto para discutir o lugar com António Silva.

Morato — Aos 9', cheio de boas intenções, foi à dobra a Tomás Araújo, chegou primeiro e atrasou calmamente a bola para Trubin, mas não reparou que Bryan Mbeumo corria veloz na direção do guarda-redes. O resto é história: 1-0. Voltou para o lado esquerdo e contou com boa ajuda de Carreras.

Florentino — Tentou a sorte aos 19'. É uma nova vertente do seu jogo, disparar de longe à baliza, errou o alvo, mas arriscou. Manteve duelo intenso com meio-campo inglês e por uma vez passou dificuldades, quando perdeu a bola e permitiu contra-ataque adversário. Sem consequências, todavia.

Leandro Barreiro — Preparava-se para entrar na área isolado, quando foi travado em falta por Peart-Harris, ao minuto 6. Expulsão poupada ao adversário, deixando o internacional luxemburguês incrédulo. De resto, equilibrou o meio-campo, sabendo pisar os terrenos certos nos momentos certos.

Neres — Estava com vontade de fazer alguma coisa. Nem tudo lhe saiu bem, mas assumiu sempre a bola, o drible, o passe. Traído por alguma ansiedade, pela urgência de mostrar serviço, quiçá sentindo que se aproxima o regresso de Di María.

Aursnes — Assumiu a marcação de um livre direto ao minuto 7, disparo forte, mas bola por cima da trave. Combinou bem com Carreras no lance do 1-1 e não só. Aos 69 atirou de zona perigosa, mas bola sofreu desvio, mostrou que está pronto para a ação.

Tiago Gouveia — Afastou, sem rodeios, a bola quando foi preciso e soube sair a jogar quando sentiu que era possível. Já foram vistos laterais-direitos de raiz a fazerem bem pior do que o extremo. Pouco antes do apito final assumiu a finalização dentro da área e ganhou canto. Será que o Benfica encontrou o reforço para o lado direito da defesa dentro de casa?

Beste — Assume os cantos, é seguro, fez um bom cruzamento aos 77', quase oferecendo o golo a João Rego, aos 78', todavia, errou na saída e foi João Mário a resolver o problema já na área. É leve, é rápido e competitivo, promete ser um duelo interessante com Carreras.

João Mário — Quase marcava logo aos 47', mas a bola encontrou pernas e saiu ao lado do poste. De resto, foi mais do que uma vez generoso em termos defensivos, resolvendo problemas criados por companheiros.

Arthur Cabral — Também fez a sua tentativa mal entrou, logo aos 49', ganhando canto, mas aos 58' voltou à carga e, bem servido por Prestianni, atirou de primeira à malha lateral. Ao minuto 65 voltou a visar a baliza, disparo em boa posição, bola a errar ligeiramente o alvo. Antes de terminar, toque subtil a deixar Tengstedt em posição de fazer o 2-1.

António Silva — Esteve perto do golo, boa cabeçada na área, correspondendo a pontapé de canto. Defensivamente também cumpriu.

Bajrami — Uma primeira intervenção arriscada, passe errado em zona perigosa, sem consequências. Depois normalizou a estreia na Luz.

Tengstedt — Encostou-se à esquerda, foi generoso a defender, mas só por uma vez teve hipótese de olhar para a baliza. Ao minuto 90+1, em excelenete posição, atirou à figura.

Martim Neto — Belo passe longo ao minuto 86', lançando o perigo na área inglesa, logo a seguir quase isolava Arthur Cabral com passe de 50 metros. Aos 89' atirou à baliza, mas à figura. Deixou ideia de que merece ser visto com outros olhos.

João Rego — Esteve pertinho de marcar ao minuto 77, desvio à boca da baliza, toque ligeiro, insuficiente. Tem personalidade e quando erra não se intimida, volta a tentar.