Benfica do princípio ao fim a que só faltaram mais golos (crónica)
Pavlidis, ponta de lança do Benfica, no jogo com o Brentford (Foto: Miguel Nunes)

Benfica-Brentford, 1-1 Benfica do princípio ao fim a que só faltaram mais golos (crónica)

NACIONAL25.07.202422:14

Os encarnados empataram esta quinta-feira com o Brentford em jogo particular, na Luz, e foi claramente melhor a exibição do que o resultado

Não se viram apenas bons sinais da primeira e segunda linhas do plantel, mas sobretudo agressividade defensiva e dinâmica de ataque neste regresso da equipa aos jogos no Estádio da Luz. Outra vez Pavlidis e Prestianni ligado à corrente

O Benfica iniciou o jogo fiel ao ADN do desenho tático do 4x2x3x1, novamente com Marcos Leonardo a jogar atrás de Pavlidis e a manter, também, a ideia de jogo original de Roger Schmidt que envolve intensidade, pressão alta e o tudo por tudo pela recuperação rápida da bola. Leandro Barreiro e Florentino formaram a fortaleza que garantia os equilíbrios na zona do meio-campo e destacou-se a fotografia repetida de Neres, Pavlidis e Marcos Leonardo alinhados na primeira zona de pressão, de frente para a bola e a anunciarem agressividade nesse momento.

Tratou-se apenas de mais um jogo de preparação, mas a entrada das águias, a reação à perda da bola e o sentido de baliza, transmitiram determinação e a imagem de uma equipa a querer fazer algo parecido com aquilo que fez a equipa campeã com Schmidt no arranque da época de 2022/2023.

O que já não correu bem foi o tremendo erro de Morato, ao minuto 9. O central até se movimentara bem, para a direita para dobrar Tomás Araújo, mas, sem qualquer adversário a pressioná-lo, pensou que Trubin estava mais perto, atrasou a bola, mas colocou-a nos pés de Bryan Mbeumo para o golo do Brentford. Balde de água fria no entusiasmo dos adeptos.

O lance infeliz de Morato deu confiança aos ingleses, que começaram a conseguir pressionar mais a saída de bola da águias e a querer rondar mais a área da baliza de Trubin, mas não conseguiram fazê-lo por muito tempo porque as águias reagiram bem ao contexto e carregarram no acelerador.

As movimentações de Pavlidis e Marcos Leonardo, ambos com grande capacidade de descida a um bloco médio, mantiveram a equipa sempre no meio-campo dos ingleses e ia apenas faltando um pouco mais de largura ao ataque. Quando isso foi conseguido, surgiu o golo do empate, ao minuto 24 – pormenor delicoso de Marcos Leonardo a meio-campo (cá está a disponibilidade do brasileiro a fazer a diferença), Aursnes lança Carreras, o espanhol cruza rasteiro já junto à linha de fundo e… Pavlidis aparece a concretizar. Estava feito o empate e nova prova de que o internacional grego será mesmo o ponta de lança que a equipa precisa: pressiona, combina e marca; e já leva cinco golos em quatro jogos da pré-temporada.

Para a segunda parte, Schnidt voltou a lançar uma equipa quase nova, com Tiago Gouveia, outra vez lateral-direito, Beste para a esquerda, João Mário a atacar pela direita, Prestianni atrás de Arthur Cabral. Florentino e Barreiro continuaram como guarda-costas da equipa.

Saltou à vista a saída de um extremo para um ala com características de médio anterior, João Mário, que logo na primeira jogada quase fez golo. E também o surgimento de Prestianni na zona central, que fez o segundo remate do jogo. E aos 56' o jovem argentino, de apenas 18 anos, rematou para defesa espetacular do guarda-redes do Brentford! E três minutos depois Prestianni passou com muita arte para Arthur Cabral rematar ao lado! O talento do jovem destacou-se numa segunda parte em que o Benfica ainda fez mais cinco alterações, que entraram bem na dinâmica pretendida. Mas, do princípio ao fim deste desafio, com maior ou menor consistência, com alguns lapsos defensivos, as águias dominaram, controlaram e tiveram oportunidades suficiente para ganhar. A equipa ficou a dever a ela própria uma vitória para juntar a uma bela exibição.

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