Espanha-Inglaterra, 2-1 Destaques de Espanha: Olmo e Carvajal na base da melhor seleção da Europa
Assunção de jogo, posse de bola, personalidade, talento e capacidade de reação, sob a batuta de dois gigantes
Dani Olmo (Espanha)
9— O futebol tem as suas ironias. Dani Olmo começou o Europeu como suplente de Pedri e ninguém poderá ter ficado muito admirado com isso. O jovem do Barcelona era importantíssimo neste meio-campo. Quando Toni Kroos o pôs fora dos quartos de final, pouco depois do início do jogo, Espanha tremeu. Mas Dani Olmo entrou e logo disse ao que vinha, tendo-se cotado desde esse momento como um dos jogadores determinantes para este título. Tem classe, força e resistência. Além de tudo o mais, nos jogos anteriores, fez nesta final um passe disruptivo para o 2-1 e um corte milagroso em cima da linha, a cabeceamento de Ghehi, já na entrada para a compensação. E isso desempatou a balança em relação a Dani Carvajal, o outro grande herói da noite berlinense.
8 Unai Simón — Teve a primeira intervenção no jogo provocada por adversários aos 45 minutos de jogo, segurando com facilidade um remate de Phoden que finalizou a única jogada de ataque da Inglaterra em toda a primeira parte. Depois só teve de voltar, praticamente, aos 90 minutos, já depois de Espanha ter recuperado a vantagem, defendendo um primeiro cabeceamento no lance que Dani Olmo haveria de salvar após o cabeceamento seguinte. Nada a fazer no golo inglês.
9 Carvajal — Uma lição de defesa e ataque. Seguro desde os primeiros momentos do jogo, teve um único erro ao longo da partida, que culminou, em cima do intervalo, no primeiro remate inglês à baliza espanhola. De resto foi sempre um líder nato. A braçadeira que Morata lhe passou quando saiu assenta-lhe na perfeição. Iniciou a jogada do primeiro golo e um minuto depois esteve na génese de jogada que podia ter dado o 2-0 a Olmo. Apareceu a dobrar colegas no meio-campo e no eixo da defesa. Um grande ano de Carvajal, a terminar da melhor forma.
7 Le Normand — Foi escasso o perigo criado pelos ingleses ao longo de todo o jogo. Le Normand jogou até ao minuto 83 e cumpriu com o que lhe foi pedido sem problemas de maior. No esboço de assalto final inglês foi sacrificado para a entrada de Nacho, mais fresco e lúcido.
7 Laporte — Jogo discreto, como não poderia deixar de ser face à escassa existência de ataques ingleses. Ao fim do primeiro quarto de hora disse quem mandava na área espanhola, a cruzamento de Walker, e daí em diante foi sempre de segurança máxima. O golo de Palmer foi de tal forma acidental que se torna difícil assacar responsabilidades a defensores espanhóis.
8 Cucurella — É uma figura meio excêntrica, sobretudo por causa do penteado vistoso, e isso coloca-o muitas vezes no centro das atenções sem qualquer razão relacionada com o futebol. Na noite de Berlim foi discreto mas muito eficaz no trabalho desenvolvido. Passou por ligeiras dificuldades antes Saka no período em que a Inglaterra tentou reação ao primeiro golo espanhol, mas controlou devidamente as operações. Acima de tudo, porém, fez o cruzamento precioso, de primeira e no único momento possível, para o golo da vitória.
7 Rodri — O pêndulo de todo o Europeu, exceto na segunda parte da final, que terá falhado devido a problema físico. Defende com critério e sai para a frente como poucos jogadores, hoje, fazem no Mundo. Ao fim de sete jogos parece certo que toda a equipa tem a agradecer-lhe, em algum momento, uma ajuda, uma dobra, uma corrida que mais ninguém conseguia. Foi considerado o melhor jogador da prova.
8 Fabián Ruiz — Enorme torneio do médio do PSG, confirmado por mais uma exibição de luxo no jogo de todos os jogos. Mesmo na parte final, em que pareceu acusar alguma quebra física, encontrou forças para juntar ao talento e ajudar a equipa a chegar à justa vitória. A dupla que formou com Rodri ao longo da prova pode considerar-se o esteio do quarto título europeu espanhol.
8 Lamine Yamal — Agora a sério: tirando os grandes planos da TV que lhe filmam a cara de menino, o que é que pode alguma vez fazer-nos desconfiar que este fenómeno tem 17 anos... feitos anteontem? Luke Shaw deu-lhe muito pouco espaço na primeira parte. Na segunda, alavancado pelo balanço que Carvajal ia trazendo de trás, encontrou o caminho para o primeiro golo espanhol, fazendo a diagonal da direita para o meio e um passe letal para o jovem camarada do outro extremo. Teve, por duas vezes, oportunidade de marcar, mas nem esses insucessos de finalização mancham uma grande prova e uma grande final. Uma das melhores notícias deste Europeu.
8 Nico Williams — E pronto, esta é a outra grande notícia, se considerarmos que Rodri, Olmo, Ruiz ou Carvajal já não constituem novidade para quem acompanha o fenómeno. Na realidade Nico Williams também não, mas toda a competição foi de afirmação absoluta para o extremo basco. Qualidades técnicas ao nível dos melhores e uma desfaçatez enorme perante adversários de monta: se for preciso dar de calcanhar por debaixo das pernas deles, aqui vai disto. Potência física, resistência (apesar de tanta corrida) e... sentido de golo. Exemplar a fazer o 1-0, aproveitando a doçura do passe de Yamal. Virão a ser colegas?...
7 Morata — É um ponta de lança raro, que joga e faz jogar. Tão depressa está de costas para a baliza como se vira em direção a ela em jeito de ameaça. Teve duas aproximações perigosas à baliza do enorme Pickford e ofereceu a Yamal a possibilidade de sentenciar o jogo quando ainda havia 1-0.
7 Zubimendi — Entrou na segunda parte e não se deu pela falta de Rodri, o que é desde logo elogio suficiente. Segurou o meio-campo e afoitou-se pelo ataque, nomeadamente quando, no lance anterior ao empate inglês, colocou nos pés de Oyarazabal a possibilidade (mais uma) do 2-0.
8 Oyarzabal — Muito terá lamentado, por minutos, o falhanço referido no parágrafo anterior. Acabou em ombros, autor do golo que decidiu tudo a favor da Espanha. Que poderia mais desejar?
6 Nacho — Entrou a poucos minutos do final para dar frescura à equipa e, mais do que resistir ao assalto final inglês, permitir o assalto final espanhol. Determinante num corte na área logo após a equipa ter chegado à vantagem.
- Merino — Chegou a tempo da festa.