De vencer a Champions no Real Madrid... à decoração de interiores
Antigo defesa internacional espanhol revelou, em entrevista ao AS, o gosto pela decoração de imóveis e lembrou uma mentira 'pregada' a Carlos Queiroz
A vida dá muitas voltas e o pós futebol profissional é, muitas vezes, um quebra-cabeças para muitos futebolistas. Não foi o caso de Raúl Bravo. Numa grande entrevista ao AS, o antigo defesa, que se reformou da atividade futebolística em 2022, ao serviço do modesto UD Beniopa, dos escalões amadores do futebol espanhol, lembrou a carreira e também o que se lhe seguiu.
Oriundo da formação dos merengues, Raúl Bravo era visto como um dos 'patinhos feios' do Real Madrid galático, onde pontificavam nomes como Iker Casillas, Roberto Carlos, Luís Figo, David Beckham, Zinedine Zidane ou Ronaldo Fenómeno e, lembrou, até teve de mentir a Carlos Queiroz para poder ter mais oportunidades.
«No verão de 2003, voltei ao Real Madrid [esteve um ano emprestado ao Leeds, de Inglaterra] e fui titular quase desde o início da época. Toda a gente sabe o quão difícil é jogar no Real, mas nessa época fiz uns 50 jogos. Na pré-temporada, o Queiroz perguntou-me se já tinha jogado a central, porque essa era a única hipótese para eu entrar na equipa. Nunca tinha jogado ali na vida, mas disse-lhe que sim. Ia lá dizer-lhe a verdade para deixar passar a oportunidade... Comecei a época como central, funcionou e já não saí de lá. Fomos campeões», lembrou o canhoto, que começou a carreira como lateral esquerdo.
Penduradas as chuteiras, Raúl Bravo teve de se 'fazer à vida' e encontrou na decoração de interiores o novo passatempo.
«Agora arranjo casas e sou decorador de interiores. Quando terminei a carreira, pensei 'o que faço agora?'. Quando deixas o futebol, o primeiro ano é muito complicado, muito duro. Acontece com todos os jogadores. Com o dinheiro que poupei, comprei várias casas e decorei-as à minha maneira, com as minhas ideias. Fiz o meu catálogo, publiquei no Instagram e, ao que parece, as pessoas foram gostando, porque comecei a vender tudo», disse Raúl Bravo.