V. Guimarães-Floriana, 4-0 De Mangas arregaçadas em cima da bicicleta
Extremo-esquerdo, qual condutor de um velocípede (com motor…), foi o autor de um golo monumental; mas fez mais: marcou outro e ainda fez uma assistência! Kaio endiabrado e defesas arrojados
Figura: Ricardo Mangas (8)
Se ainda não viu os golos do Vitória… aconselhamo-lo a ver. Todos foram de grande qualidade, mas pode começar pelo fim. Afinal, o último golo do encontro, o 4-0, foi um momento cinematográfico: um pontapé de bicicleta digno da sétima arte. O esquerdino não foi de modas e, após cruzamento de Kaio César, largou o volante e baixou a tela. Para emoldurar! Antes disso (e como se já não bastasse…), já tinha apontado outro tento e feito uma assistência. Tudo isto numa altura em que o mercado de transferências ainda está em aberto. Rui Borges deve estar deserto que chegue o final do mês. Porque, até lá, Mangas (e companhia) continuarão no olho do furacão.
5 Bruno Varela – O equipamento que utilizou pode ficar já no cabide para o próximo jogo. Desejará, por certo, ter muitas tardes/noites assim: sendo mais um espectador no inferno vimaranense.
7 Bruno Gaspar – Sem problemas defensivos, aproveitou para galgar metros no terreno e ser mais um extremo que um lateral. Num desses movimentos, tirou, aos 37 minutos, um cruzamento perfeito para um dos de Ricardo Mangas.
7 Jorge Fernandes – Fez uso da sua elevada estatura e, na sequência de um pontapé de canto batido por Tiago Silva, foi ao segundo andar dizer que sim à bola e inscrever o seu nome na lista de marcadores da partida.
6 Borevkovic – O croata também pouco foi chamado a intervir, pelo que pautou a sua exibição pelo bom sentido posicional.
6 João Mendes – Também não pediu licença para subir pelo corredor e foi mais vezes um apoio ao carrossel atacante do que propriamente defesa.
7 Tiago Silva – Não sabe jogar mal. Sempre de cabeça levantada, pés de veludo e passes teleguiados. Não é por acaso que ostenta o número 10 nas costas da camisola: porque o criativo é mesmo o motor de uma equipa que já tem rotinas assinaláveis e que começa a deixar água na boca aos apaixonados adeptos dos conquistadores. Iniciou a jogada do primeiro golo e assistiu para o segundo.
6 Tomás Handel – Certinho como um relógio suíço. Algo que poderá ser ainda mais útil na próxima ronda, uma vez que o Vitória vai ter pela frente… os helvéticos do Zurich. É o porto de abrigo do coletivo, a figura dos equilíbrios.
6 Nuno Santos – Perante um adversário demasiado vulnerável e que poucas vezes ousou balancear-se para o ataque, o médio interior não sentiu necessidade de preocupar-se com tarefas defensivas e foi sempre muito mais um parceiro de Tiago Silva do que de Tomás Handel.
7 Kaio César – Quebra-cabeças. Abre-latas. Espalha-brasas. Qualquer uma das designações assenta que nem uma luva ao extremo brasileiro. Teve o condão de estar no sítio certo, logo aos 8 minutos, para abrir o ativo, e, na parte final da primeira metade, foi seu o cruzamento para o momento mágico assinado por Ricardo Mangas (43’). Pelo meio (e também durante a etapa complementar), colecionou um conjunto de lances individuais de elevado quilate, com pormenores típicos do futebol de rua. Os adeptos recordar-se-ão de Jota Silva por muito tempo, com toda a certeza, mas a verdade é que Kaio César tem condições para assumir em definitivo a titularidade e deixar, também ele, a sua marca no Castelo.
6 Chuchu Ramírez – De falta de dedicação não o podem acusar. O venezuelano não marcou, é um facto, mas também não é menos verdade que trabalhou até mais não e tudo fez para inscrever o seu nome na lista de marcadores. E só por mera infelicidade não o fez, aos 26 e aos 43 minutos…
6 Samu – Vai ser muito útil a este Vitória. E ontem só não marcou porque o poste negou-lhe os intentos (90+1’).
5 Nélson Oliveira – Sabe tudo do jogo e a sua entrada teve também reflexos no reforço do ataque à baliza contrária.
5 Telmo Arcanjo – Fim do calvário e sonho cumprido: após uma grave lesão, o médio viveu noite de sonho no D. Afonso Henriques. E promete ser um verdadeiro… reforço.
5 José Bica – Ainda muito jovem, é também nestes jogos europeus que pode começar a ganhar experiência. Qualidade não lhe falta.
5 Manu Silva – Os adeptos já sabem que podem contar com a sua consistência. Rui Borges agradece todas as soluções.