Controlar, amansar a fera e depois feri-la de morte (crónica)
Gonçalo Borges percorreu toda a largura do terreno e ainda assistiu para o segundo golo, marcado por Danny Namaso, ontem referência no ataque portista

Sturm-FC Porto, 0-2 Controlar, amansar a fera e depois feri-la de morte (crónica)

NACIONAL23.07.202420:27

FC Porto passa com distinção último e mais exigente teste do estágio na Áustria, diante o campeão Sturm; conjunto de Christian Ilzer nunca conseguiu expor as suas armas; Borges e Namaso em grande

Ao teste de maior exigência, Vítor Bruno respondeu com um maior controlo. Três médios de contenção (Varela, Grujic e um outro, Nico, a fingir como 10) para responder aos previsíveis ataques rápidos do campeão austríaco, reagir rapidamente à perda e assim, paralelamente, conseguir domesticar o rival e apertar o cerco à baliza à guarda de Scherpen. Até ao golo de Grujic, aos 33 minutos, todavia, pouco mais se criou do que uma iniciativa de João Mário pela direita, 9 minutos antes. O lateral ligou com Namaso, mas depois não houve do inglês sequência, com Iván Jaime à espera da assistência que nunca chegou.

O losango austríaco parecia estar confortável com o triângulo portista a meio-campo, embora depois não conseguisse, tirando uma ou outra aceleração de Boving pela esquerda, criar perigo diante de Cláudio Ramos. Sem bola, os austríacos deixavam ao dragão espaço pelos flancos, capitalizado sobretudo em volume na direita por intermédio de Gonçalo Borges e João Mário. Curiosamente, foi do lado contrário, num cruzamento do destro Martim Fernandes, numa altura em que Borges mais uma vez, na sequência da liberdade de movimentos consentida pelo treinador, aí apareceu, que o FC Porto chegou à vantagem. Grujic provou novamente excelência no jogo aéreo e desviou de forma subtil para a baliza.

O Sturm tentou reagir e subir linhas, mas foi Scherpen a estar novamente em destaque. Em duas ocasiões, resolveu de forma pouco ortodoxa com os pés. Primeiro num mau atraso de um colega, depois num tiro cruzado de João Mário, que apareceu em boa posição após brilhante passe de rotura do ex-proscrito Iván Jaime.

Borges queria mais

No segundo tempo, Christian Ilzer mudou os 11 jogadores e os austríacos pareceram querer assumir mais as rédeas na partida. Pelo menos, era essa a ideia que ficara das primeiras ações dos seus jogadores. Contudo, esta foi de imediato colocada em causa com o segundo golo portista, apontado aos 55 minutos. Gonçalo Borges ganhou em velocidade pela direita e cruzou para a finalização, na passada, de Namaso.

O conjunto da casa continuou a sentir muitas dificuldades em chegar à baliza de Cláudio Ramos, mas ainda assim expôs o guarda-redes e o resto da defesa azul e branca cinco minutos depois do 2-0. Wlodarczyk ganhou em força a linha final e cruzou para a zona do primeiro poste, onde Grgic surpreendeu David Carmo e tentou finalizar, sem sucesso, de calcanhar.

As bolas paradas, uma das armas do Sturm, também criaram algum perigo e Gabizegovic por pouco não reduziu, na sequência de um livre lateral.

Mesmo com a partida controlada, os dragões não esqueceram o caminho para a baliza, agora de Khudyakov, e Namaso podia mesmo ter feito o bis não fosse a intervenção do russo.

Sem fazer uma exibição de encher o olho, o FC Porto mostrou sobretudo segurança durante praticamente toda a partida, diante de um adversário que, ainda mais por jogar em casa, consegue ser vertiginoso nas transições ofensivas. O estágio na Áustria dá certamente confiança a Vítor Bruno e resto da equipa técnica de que a equipa está no bom caminho.

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