Conselho Geral do Boavista analisa condenação a Vítor Murta na sexta-feira
Vítor Murta é o atual presidente do Boavista. Foto: ASF

Conselho Geral do Boavista analisa condenação a Vítor Murta na sexta-feira

NACIONAL05.09.202420:13

Reunião realiza-se no salão nobre do Estádio do Bessa, pelas 18h30, e será debatido o caso de assédio sexual a envolver o antigo presidente da SAD axadrezada

O Conselho Geral do Boavista vai analisar, esta sexta-feira, a condenação por alegado assédio sexual do presidente do clube Vítor Murta, revelou Arnaldo Figueiredo, líder do Conselho Geral.

«O Conselho Geral reúne-se sempre que há assuntos de interesse para o clube. As pessoas manifestaram vontade de discutir esse tema, mas não tenho falado com ninguém nem faço a mínima ideia sobre o que pensam. Como o Conselho Geral é um órgão não executivo, qualquer decisão que possa dali sair não passará de uma recomendação», explicou o dirigente, em declarações à agência Lusa.

A reunião estava inicialmente agendada para 30 de agosto, mas foi adiada por uma semana e decorrerá na sexta-feira, às 18h30, no salão nobre do Estádio do Bessa, tendo como ponto dominante da ordem de trabalhos a discussão sobre as implicações da condenação de Vítor Murta por alegado assédio sexual a uma funcionária da SAD do Boavista.

Atualmente a presidir apenas ao emblema do Bessa, o dirigente foi suspenso por seis meses e multado em 2.448 euros pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, devido a «comportamentos discriminatórios», na sequência de um processo disciplinar instaurado no passado dia 3 de outubro de 2023, quando ainda liderava a SAD axadrezada.

Boavista: presidente do clube acusa SAD de «falta de verdade»

26 agosto 2024, 15:52

Boavista: presidente do clube acusa SAD de «falta de verdade»

Sociedade Anónima Desportiva presidida por Fary tinha emitido um comunicado esta manhã, na qual constavam acusações ao clube por não fornecer todos os dados relativos aos sócios para que pudessem ser vendidos bilhetes para os jogos através de plataforma digital, mas Vítor Murta reagiu da mesma moeda e negou categoricamente os factos

De acordo com o acórdão divulgado pelo órgão disciplinar a 16 de agosto, Vítor Murta, «adotou, designadamente por meio de expressões e alusões grosseiras, comportamentos inconvenientes e que importunavam a ofendida, à data dos factos ainda bastante jovem», isto num caso que remonta ao período entre setembro de 2019 e novembro de 2022.

O regulamento disciplinar da FPF contempla a condenação por ilícitos respeitantes a assédio sexual, ao contrário do aplicado pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), esfera sob a qual foram julgadas as infrações do antigo presidente da SAD ao artigo 137.º, que pune «os dirigentes que tenham comportamentos que atentem contra a dignidade humana, em função da raça, cor, língua, religião, origem étnica, género ou orientação sexual».

Vítor Murta negou as acusações e já recorreu para o Tribunal Arbitral do Desporto, enquanto do CD da FPF remeteu a condenação ao Ministério Público (MP). A administração do Boavista, agora comandada por Fary Faye, repudiou com veemência os factos, prometendo tomar as medidas necessárias.

O dirigente máximo do clube integra, por inerência, o Conselho Geral do Boavista, do qual fazem parte, entre outros elementos, o presidente adjunto António Marques, os líderes e vices da Mesa da Assembleia Geral e do Conselho Fiscal ou os presidentes honorários, João Mexia Alves e Valentim Loureiro.