Chegou o dia, Peseiro: hoje é para ganhar
José Peseiro (IMAGO)
Foto: IMAGO

ANTEVISÃO Chegou o dia, Peseiro: hoje é para ganhar

INTERNACIONAL11.02.202406:45

Nigéria e Costa do Marfim hoje em duelo pelo título de campeão africano. Após algumas finais perdidas, o técnico das Super Águias sente que é hora de ser ‘pé quente’ e tornar-se no terceiro português a conquistar um continente

Chegou o grande dia! O dia com que José Peseiro sonhou no instante em que pôs a sua assinatura no contrato com a federação da Nigéria. «Estou aqui para ganhar!», disse, então, numa afirmação que nunca deixou cair. Falta-lhe, agora, um pequeno passo... o maior de todos: ganhar o Campeonato Africano das Nações, cuja final será disputada esta noite entre a seleção nigeriana, orientada pelo treinador português, e a anfitriã Costa do Marfim, de Diomande, que parte, desde logo, com a vantagem de contar nas bancadas com o efusivo, ruidoso e escaldante apoio do seu povo, que chegou a não acreditar na sua equipa nacional e que hoje acaba por vê-la no decisivo duelo.

Para Peseiro, o nosso Zé Peseiro, a hora é de deixar de vez para trás a fama de pé frio, de técnico competente e capaz de levar os seus homens a finais, porém, tantas vezes, acabando por perdê-las...

Como aconteceu em 2005, na final da Taça UEFA (hoje Liga Europa) de má memória em Alvalade, onde o Sporting perdeu o troféu europeu para o CSKA Mosocovo; ou como sucedeu em 2010, quando era selecionador da Arábia Saudita e saiu derrotado da final da Taça do Golfo perante o Kuwait; ou ainda como aconteceu em 2016, quando, no comando do FC Porto, perdeu a final da Taça de Portugal para o SC Braga

Contas feitas, na sua já longa carreira, que contou com passagens por dragões, leões e guerreiros do Minho, Peseiro conta somente com uma conquista na sua prateleira de troféus: a Taça da Liga conquistada pelo SC Braga em 2013, com vitória por 1-0 frente ao FC Porto.

A própria Nigéria padece do síndrome de pé frio. Esta será a oitava final da história do país mais populoso de África (cerca de 220 milhões de habitantes, qualquer coisa como 15 por cento da população de todo o continente) e a verdade é que conquistou o troféu apenas três vezes (1980, 1994 e 2013), tendo perdido quatro jogos decisivos (1984, 1988, 1990 e 2000).

Esta noite, José Peseiro pode entrar no clube muito exclusivo de portugueses que conquistaram provas continentais de seleções e o primeiro a consegui-lo em África, depois de Nelo Vingada ter chegado ao trono da Ásia com a Arábia Saudita em 1996 e de Fernando Santos com a histórica vitória de Portugal no Euro-2016.

«Jogar uma final é sempre importante. Este é o meu primeiro CAN. As emoções em África são muito especiais. Mas agora é a final e tudo faremos para vencer», disse Peseiro, ontem, na antevisão da final do CAN-2023.

«Aprendi muito aqui. Há alegria quando ganhamos, mas é difícil quando perdemos, por isso, é muito importante encontrar o equilíbrio. Temos um grande plantel, cheio de jogadores que realmente querem vencer pela Nigéria. Jogar na casa do adversário? Estamos ansiosos por jogar num estádio cheio. Vamos lutar com espírito de sacrifício. É um encontro com 50-50 de hipóteses», concluiu o treinador ribatejano, explicando como está o portista Zaidu: «Ele fez treino condicionado, veremos como ele está.»