Benfica: Kokçu baralha as contas
Orkun Kokçu, 23 anos, esteve em destaque diante do Farense (Foto: Grafislab)

Benfica: Kokçu baralha as contas

NACIONAL24.04.202406:25

Marca pela primeira vez em dois jogos consecutivos a titular, ele que só fatura na Liga; está a aproveitar o menor rendimento de Rafa para mostrar que pode fazer aquele lugar de outra maneira; motivos para sorrir, finalmente...

A época está quase perdida mas há um jogador para quem esta reta final é encarada como a prova do algodão. Orkun Kokçu está a aproveitar as oportunidades que Roger Schmidt começa a dar-lhe na posição 10, onde se sente mais confortável, e pela primeira vez esta época marcou em dois jogos consecutivos como titular.

Frente ao Moreirense, no Estádio da Luz, num jogo em que o treinador alemão mudou oito jogadores a pensar na segunda mão dos quartos de final da Liga Europa, frente ao Marselha, o internacional turco fez um dos três golos das águias (3-0 foi o resultado final), e anteontem, em Faro, novamente alinhando à frente de dois médios e outra vez no onze, o camisola 10 fez o quinto golo da época — todos na Liga.

A diferença nos dois golos e nas duas exibições foi pequena no desempenho, mas não na reação: se diante dos minhotos Kokçu não celebrou, mantendo o rosto fechado, desta vez sorriu em direção ao responsável pela assistência, o dinamarquês Alexander Bah, autor de dois passes para golo no triunfo por 3-1 no São Luís, na capital do Algarve.

Este não é um pormenor. É o sinal de que aos poucos, mesmo entre pares, Kokçu começa a impor-se e mostrar o potencial que fez Roger Schmidt pedir a Rui Costa a sua contratação, pagando €25 milhões, a mais cara aquisição de um futebolista feita por um clube português.

O ex-Feyenoord está a aproveitar o menor rendimento de Rafa na posição de segundo avançado para mostrar que pode fazer aquele lugar, embora de maneira completamente diferente, sendo capaz de ajudar a construir jogo a partir de uma posição mais recuada e simultaneamente tendo muita chegada à área.

Isso foi, no fundo, o que reivindicou na célebre entrevista concedida ao jornal neerlandês De Telegraaf. «[Schmidt] indicou que eu teria uma função semelhante à que tinha no Feyenoord, onde defini as linhas de passe e os rumos do campo e sempre quis jogar para a frente. Mesmo que eu tivesse de perseguir e derrubar toda a defesa do adversário. Eu seria um jogador importante para ele, o clube também me disse o mesmo», disse, completando: «Sou um tipo de jogador de futebol mais eficiente para uma equipa se me derem liberdade. Quero dar muito mais à equipa. Na temporada do campeonato com o Feyenoord e em todos os jogos europeus com o Feyenoord estive melhor. Mesmo durante o Ramadão, como agora. Isso não me afeta. Schmidt prende-me demasiado a todo o tipo de tarefas [defensivas].» Agora parece finalmente baralhar-lhe as contas.