Farense-Benfica: peças no sitio certo
Álvaro Carreras e Di María. respetivamente lateral e extremo do Benfica (Maciej Rogowski)
Foto: IMAGO

O MISTER DE A BOLA Farense-Benfica: peças no sitio certo

OPINIÃO23.04.202418:39

Será gestão do plantel? Será a pensar já na próxima época? Respostas nos próximos jogos...

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Depois de ter sido eliminado da Liga Europa em Marselha e do Sporting ter ganho o seu jogo com o V. Guimarães, passou a haver um Benfica muito pressionado para jogar em Faro e havia a expetativa sobre se Roger Schmidt lançaria sangue novo, como aconteceu com o Moreirense, antes de Marselha. Mas Schmidt tem vindo a perceber, embora tarde, que dá resultado e para defrontar o Farense fez cinco alterações. Será por gestão do plantel? A pensar já nas opções para a próxima época? A verdade é que os que jogaram mostraram que querem mais minutos, corresponderam e o jogo com o SC Braga e os próximos até final da época poderão trazer mais algumas respostas, perceber se Schmidt continuará ou não nesta linha.

Os que entraram aproveitaram a oportunidade.

Os que entraram aproveitaram a oportunidade. Carreras, Kokçu já jogou com um sorriso na posição 10, onde realmente mostra qualidade e intensidade, embora com uns apagões; Tiago Gouveia foi intenso, Di María foi menos individualista e jogou mais simples e para a equipa (tem sido ao contrário: mais individualista e às vezes para a equipa), esteve nos três golos; Arthur Cabral foi o melhor em campo. Marcou um belo golo, bela exibição, mostrou uma ótima relação com a baliza e penso que provou que nesta altura é o melhor ponta de lança do plantel. Schmidt arrumou as peças no sitio certo, no puzzle, e ficou provado que nem sempre os melhores jogadores fazem uma melhor equipa, e que uma boa equipa, como este Benfica, que foi intenso e muito equilibrado, faz também sobressair os bons jogadores.

Durante a primeira parte, foi um Benfica equilibrado e intenso como não se via há algum tempo e foi fruto do sangue novo e da boa resposta dos que jogam menos e foram titulares. O Farense não jogou com o autocarro mas teve muitas dificuldades nas suas transições. Montada num 4x2x3x1, a equipa procurou jogar com qualidade, mas o Benfica, no primeiro tempo, foi dominador e harmonioso, equilibrado com e sem bola.

Mais paciência

Na segunda parte vimos um Benfica mais paciente, a saber gerir os vários momentos do jogo, mas não tão intenso e a criar menos chances de golo. Roger Schmidt manteve o sistema mas trocou os protagonistas, de características diferentes. O terceiro golo matou o jogo e estranho apenas Schmidt não ter experimentado aqui um 4x4x2, com Marcos Leonardo e Arthur Cabral juntos na frente. O Farense sim, mudou para um 4x4x2, juntou Rui Costa na frente, conseguindo meia oportunidade de golo. O Farense tem um treinador experiente, José Mota está habituado a gerir equipas nesta situação. Em relação ao Benfica, fica e expetativa sobre que caminho Roger Schmidt vai seguir agora no jogo com o SC Braga.

Final a arder

Merece uma palavra a homenagem feita em Faro, com um Estádio São Luís cheio, a Hassan, ponta de lança marroquinho que na década de 90 jogou nos dois clubes. E merece atenção um estádio em ebulição, um Benfica a arder no final do jogo com a contestação dos adeptos a Roger Schmidt. Não é normal numa equipa que acabou de ganhar o jogo. Mas são retroactivos de um treinador que tem revelado dificuldades em comunicar para fora e em especial com os adeptos. Os adeptos têm o direito à manifestação, nada justifica a existência de atos de violência, mas a teimosia do treinador não tem ajudado a resolver a questão. É um problema para ele, para Rui Costa e para a equipa, que naturalmente se intranquiliza.