Benfica-Atlético Madrid, 4-0 Estratégia, adeptos e a promessa aos filhos: tudo o que disse Bruno Lage

NACIONAL02.10.202423:18

Treinador das águias naturalmente feliz com a vitória e com a prestação dos jogadores, mas aponta já ao jogo de domingo frente ao Nacional

Bruno Lage considerou, na conferência de imprensa após a vitória por 4-0 frente ao Atlético Madrid, que a equipa continua a evoluir, mas recusa euforias. Aponta já para o jogo contra o Nacional, explicou a utilização de Di María e Tomás Araújo e revelou uma história pessoal que envolve... João Félix.

— Foi uma noite perfeita?

— Perfeita em dois sentidos, esta dinâmica de vitórias proporcionou um momento fantástico que vivemos hoje, com os adeptos a apoiar equipa. Depois, a união que se vive entre jogadores e hoje a palavra [equipa] foi feita na plenitude, de ser uma equipa, os 11 que entraram e os que saltaram do banco foram muito importantes para esta vitória em equipa.

— Falou sobre o posicionamento do Di María, não sabia onde o pôr jogar. Hoje esteve em terrenos em que ainda não o tínhamos visto tanto. Já encontrou o sítio ideal? Sobre a equipa de hoje, porque colocou Tomás Araújo a central, no lugar de António Silva?

— Em função da estratégia do jogo, quer a primeira questão quer a segunda questão. Di María ia estar motivado, jogar contra amigos que tem de outro lado, amigos da seleção, e quis que encontrasse espaço onde pudesse estar ao serviço da equipa. Foi o que pedi aos jogadores, a melhor versão de cada um e hoje tivemos uma boa versão do Di María. Tomás Araújo o mesmo, é olhar para o jogo e perceber que, em função da estratégia, este era o 11 que dava mais garantias de cumprir o que idealizámos.

— Pode partilhar connosco a experiência que estava a ter do relvado? Vimo-lo muito ativo. Como está a viver estes momentos?

— Da mesma maneira… sempre fui assim, nunca me escondi de nada. Se calhar vocês é que estão a olhar mais para mim, eu estou a ser eu. A viver o jogo da mesma maneira e é a melhor forma de irmos vivendo cada momento. Quando pergunta, o que gosto de ver quando estou ali? Gosto de ver isto. Equipa com bola, agressiva, à procura de golos, deixa-me entusiasmado, independentemente de onde esteja. Agora estou cá e é isto que gosto de ver. Na bancada ou em casa a ver o jogo é isto que também gosto de ver. É viver o jogo e ver a equipa a desfrutar do jogo que gosto, com qualidade, a criar oportunidades e a marcar golos.

— Tudo o que se passou hoje serve de aviso para os rivais nacionais e para a Europa da força que o Benfica tem? Alguns adeptos disseram que hoje conseguiu afastar a desconfiança que havia sobre si, como reage?

— Da mesma forma. Estamos num processo de crescimento. É o que posso dizer neste momento. Temos tido grande disponibilidade dos jogadores, sem treinar, a passarem muito tempo numa sala como esta, ou dentro do campo a andar ou quase parados para perceber melhor as nossas ideias. O que temos de fazer é continuar focados no nosso trabalho, recuperar o que fizemos de bom nestes cinco jogos para o jogo contra o Nacional, é importante juntar mais uma vitória.

— Sobre o final do jogo, entre o final deste jogo e o de Belgrado, as duas reações de Lage são diferentes, em Belgrado foi muito efusivo, foi ter com os adeptos. Hoje, depois do 4-0, vai ao centro do relvado, cumprimenta os árbitros e recolhe ao balneário. Qual a diferença entre os dois jogos? Tendo em conta que aqui tinha 60 mil adeptos nas bancadas.

— Falando do primeiro jogo, passámos dois ou três dias com toda a gente a falar do ambiente [de Belgrado] e, naquele momento, especialmente na reta final, os nossos adeptos fizeram-se ouvir e acho que foram importantes para a equipa naquele momento estabilizar e segurar os três pontos que foram importantes, depois foi aquela manifestação e posso confessar que eu, há cerca de quatro meses, estava na bancada a ver um jogo de Champions, fui ver o jogo de João Félix e quando tocou o hino, estava com os meus miúdos e disse-lhes que um dia voltaria  a jogar Champions e esta vitória foi dedicada a eles e a essa promessa. A euforia hoje? A euforia está cá dentro. É continuar a fazer o que estamos a fazer e ter este crescimento. Disse aos jogadores que podem ter uma hora de euforia, mas amanhã já temos treino para preparar o jogo contra o Nacional.