Benfica: 41 por cento das substituições nos últimos 10 minutos
Uma das substituições mais felizes do Benfica esta época, quando Arthur Cabral entrou aos 90+1' e marcou aos 90+2' (Foto: Miguel Nunes)

Benfica: 41 por cento das substituições nos últimos 10 minutos

NACIONAL08.04.202408:45

Tendência foi reforçada nos dérbis com o Sporting; inédito esta época: Schmidt só fez entrar três jogadores nos últimos quatro jogos; banco só resolveu em cinco partidas

Mais de 40 por cento das substituições feitas por Roger Schmidt ocorreram nos últimos 10 minutos dos 48 jogos até agora realizados pelo Benfica em todas as competições.

A tendência foi reforçada nos dois dérbis consecutivos frente ao Sporting: das seis mexidas no total (em 10 possíveis), quatro ocorreram  nos últimos cinco minutos e metade delas já no tempo de compensação — Marcos Leonardo e Kokçu viram o segundo golo de Geny Catamo na linha lateral, quando esperavam ordem de entrada.

Este dado apenas serve para reforçar a linha de pensamento que o treinador alemão nunca escondeu: esticar o jogo até ao fim para aqueles em quem confia a titularidade, principalmente se a equipa estiver, na sua ótica, do técnico, a jogar bem.

Esta é, por sua vez, uma das principais críticas apontadas a Schmidt, um conservadorismo muitas vezes confundido com falta de reação ou incapacidade de ler o jogo, quando do outro lado os respetivos treinadores são mais céleres a mexer — das 10 substituições de Rúben Amorim nos dois encontros, apenas uma foi feita nos últimos cinco minutos.

A relação do germânico com o banco não é a mais proveitosa, o que não é necessariamente mau se isso significar que os jogos são resolvidos pelo onze escolhido. Mas tendo em conta que nesta temporada as águias estão praticamente afastadas do título e já caíram na Taça de Portugal e na Taça da Liga (resta a Liga Europa e uma Supertaça Cândido de Oliveira no currículo), muito do traçado original desviou-se e a história evidencia que não houve um plano B eficaz.

Apenas em cinco ocasiões os suplentes fizeram efetivamente a diferença: duas com Tengstedt (abriu o marcador no 2-0 frente ao E. Amadora, na Luz e marcou o golo da vitória no 2-1 frente ao Sporting, para a Liga, em casa) e três com Arthur Cabral: golo em Salzburgo que encaminhou a equipa para a Liga Europa, evitando o adeus às competições europeias; golo em Guimarães que evitou a derrota; golo ao Casa Pia no triunfo por 1-0, em Rio Maior, para o campeonato).

O suplente mais utilizado

O avançado brasileiro, segundo reforço mais caro da época (custou €20 milhões, atrás dos 25 milhões pagos por Kokçu) tem sido o suplente mais vezes utilizado da equipa. Até agora o ex-jogador da Fiorentina soma 22 partidas nessa condição nas 38 até agora disputadas, em seis delas entrando nos últimos 10 minutos (e três no tempo de compensação). Ainda assim o registo goleador de Cabral é mais positivo como titular: seis golos entrando de início (Lusitânia, Famalicão, SC Braga, E. Amadora, Gil Vicente e Vizela) contra os quatro apontados a partir do banco (Casa Pia, V. Guimarães, Salzburgo e Arouca).

O microciclo que marcou a quebra de alguns sonhos na Luz coincidiu com um facto inédito na época: nunca em quatro jogos seguidos Schmidt só fez três substituições. Confiou muito em poucos mas não teve a devida recompensa.

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