Autoridades explicam buscas nas SAD's de Sporting, Benfica e FC Porto
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Futebol Autoridades explicam buscas nas SAD's de Sporting, Benfica e FC Porto

FUTEBOL17.05.202315:24

Em comunicado, o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) detalhou os contornos das buscas realizadas, esta quarta-feira, nas SAD’s de Sporting, Benfica e FC Porto, diligências que envolveram 250 operacionais e que decorreram não só em Lisboa e Porto, mas também em Braga, Viana do Castelo, Aveiro e Setúbal.


Em causa estão suspeitas da prática de crimes de fraude fiscal qualificada, fraude contra a segurança social e branqueamento de capitais, ligadas com celebração ou renovação de contratos de trabalho desportivo entre 2014 e 2022.

Segundo a AT, existem indícios de vantagens patrimoniais ilegítimas, fiscais e contra a segurança social, no valor global de mais de 58 milhões de euros.

A designada 'Operação Penálti' foi também confirmada pela Autoridade Tributária (AT).


Leia o comunicado na integra do DCIAP:

«No âmbito de inquéritos dirigidos pelo Ministério Público do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), estão em curso mais de seis dezenas buscas, abrangendo instalações de sociedades, incluindo as sociedades anónimas desportivas do Sporting C.P., S.L. e Benfica e F.C. Porto, escritórios de advogados e de contabilidade, bem como diversas residências.

Estas diligências decorrem nas áreas de Lisboa, Porto, Braga, Viana do Castelo, Aveiro e Setúbal.

Nos inquéritos investigam-se suspeitas de prática de crimes de fraude fiscal qualificada, fraude contra a segurança social e branqueamento de capitais, ligadas com celebração ou renovação de contratos de trabalho desportivo, pagamento de comissões e circuitos financeiros que envolvem os intermediários nesses negócios, bem como utilização de direitos de imagem.

Sem prejuízo de análise dos elementos que vierem a ser recolhidos, estão sob investigação factos ocorridos de 2014 a 2022, com forte dimensão internacional. Existem indícios de vantagens patrimoniais ilegítimas, fiscais e contra a segurança social, no valor global de mais de 58 milhões de euros.

A investigação é dirigida pelo DCIAP e está a cargo da Unidade dos Grandes Contribuintes da Autoridade Tributária e Aduaneira, em estreita colaboração com a Direção de Serviços de Investigação de Fraude e de Ações Especiais da Autoridade Tributária e Aduaneira e da Unidade de Ação Fiscal da Guarda Nacional Republicana.

Nas diligências participam cerca de 250 elementos, inspetores tributários e aduaneiros e militares da Guarda Nacional Republicana, para além de magistrados do Ministério Público, magistrados judiciais, estando ainda presentes representantes da Ordem dos Advogados.

Os inquéritos encontram-se em segredo de justiça.»

Leia na integra o comunicado da Autoridade Tributária: 

«Operação Penálti

No âmbito da investigação de diversos processos-crime  instaurados por suspeitas da prática de atos passíveis de configurar ilícitos criminais de Fraude e Fraude Qualificada a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), através da Unidade dos Grandes Contribuintes (UGC) na qualidade de Órgão de Polícia Criminal, colocou no dia de hoje, em curso a “Operação Penálti” que se consub?stancia no cumprimento de 67 Mandados de Busca, sendo 36 Mandados de Busca Domiciliária e 31 Mandados de Busca não Domiciliária, levados a cabo por cerca de  250 efetivos, entre inspetores Tributários e Aduaneiros, militares da GNR e Magistrados judiciais e do Ministério Público.