Adeptos do Amarante impedidos de ir ao próprio estádio
Em causa estão supostas ofertas de bilhetes, por parte do clube, a grupos de adeptos do último jogo da época passada
O Amarante informou, através de comunicado, que para a partida de 19 de maio, em casa, os seus adeptos e sócios estão impedidos de ir ao próprio estádio apoiar a equipa.
O episódio que o próprio Amarante descreve como «inédito no futebol português» deriva de um castigo federativo por alegados apoios ilegais dados a um grupo organizado de adeptos.
A Federação Portuguesa de Futebol acusa o Amarante de oferecer bilhetes a uma claque no último jogo da época 2022/23, contra o Vianense, a 4 de Junho de 2023. No entanto, o clube ressalva que era liderado por outra direção que não a atual e que, mesmo assim, a prática não aconteceu.
«As acusações imputadas ao AFC [Amarante] são manifestamente falsas, pois o apoio dado em forma de bilhetes oferecidos ocorreu sim, a escolas e coletividades locais e nunca a um determinado grupo de adeptos organizado», afirmou o clube.
O castigo seria até de mais jogos, mas o Amarante informou que, «através de vários recursos e até onde foi possível recorrer», conseguiu reduzir este castigo. O clube está, neste momento, a disputar pela terceira vez a subida à Liga 3. O Amarante encontra-se no 2.º lugar de um grupo de subida que integra ainda Limianos, São João Ver e Pevidém, o adversário do jogo de domingo.
Em declarações exclusivas a A BOLA, o presidente Ricardo Ribeiro não escondeu a revolta por conta do castigo: «Recebemos este castigo praticamente inédito nos campeonatos nacionais, com grande estupefacção, dado que o jogo em si remonta à época passada e neste momento disputamos uma fase final de subida, ou seja uma fase especial da época. Não colocamos em causa os regulamentos ou o castigo, mas sim o timing em que é aplicado.»
«Uma fase final de subida à Liga 3 é vivida com grande entusiasmo pela massa adepta e para lá do prejuízo desportivo acresce o prejuízo financeiro, quando todos sabemos as dificuldades dos clubes do Campeonato de Portugal. Este castigo à porta fechada coloca em causa a verdade desportiva dado que cria uma desigualdade gritante no que confere ao fator casa. É uma sanção que mostra a federação a ser forte com os fracos e fraca com os fortes», concluiu Ricardo Ribeiro.