Adán e o bom momento do Sporting: «Fizemos uma primeira volta quase perfeita»
Guarda-redes espanhol satisfeito com o percurso da equipa (até agora) e ambiciona levantar títulos no final da temporada
Antonio Adán foi entrevistado pela Sporting TV, após ter chegado aos 150 jogos de leão ao peito, no último encontro, com o Vizela, e o próprio admitiu que esta é uma marca muito especial: «Orgulhoso e agradecido de um percurso com tantos jogos. Feliz por tudo o que consegui até agora. Por conseguir essa marca tão importante e entusiasmado para os jogos que vêm a seguir, que vão ser importantes e que espero que sejam tão felizes como os outros 150.»
Primeiras impressões do clube: «Foi um momento importante para mim, o mais importante da minha carreira, porque cheguei a um clube onde consigo lutar por títulos, alcançá-los, desfrutar deles, jogar na Liga dos Campeões também e jogar num dos grandes de Portugal. Tudo isso faz com que a minha experiência aqui seja muito especial. Tudo tem sido positivo desde que cheguei, nunca imaginei que corresse tudo tão bem. Tudo somado, está a ser o momento mais importante da minha carreira.»
Adaptação a Portugal: «Fui muito bem recebido pelo clube e pelos portugueses no geral. Acho que é uma cultura muito parecido a Espanha, é um país e uma cidade que está perto de Madrid, praticamente a uma hora de voo, o que permite que a família possa vir ter connosco. A cidade, o clima, tudo está a ser espetacular. O meu filho nasceu aqui, relembro sempre isso e faz com que seja especial.»
Os jogos mais especiais: «Na primeira época quando fomos campeões, há certos jogos que se tornaram especiais por tudo o que aconteceu. Lembro-me do jogo em Braga, quando um jogador nosso foi expulso muito cedo, o Inácio, e a equipa conseguiu manter o resultado de 1-0, no final conseguimos ganhar, já num momento decisivo do campeonato. E assim conseguimos manter aquela distância. Também me lembro do jogo com o Farense, também na minha primeira época, onde sofremos muito, mas também foi muito especial.»
Defesas especiais: «Difícil escolher uma só defesa. É como eu digo, há momentos que depende do que se passa, mesmo no ano passado aquele jogo com o Arsenal, foi muito especial também, porque durante o ano as coisas não estavam a correr bem e fomos capazes de eliminar um dos candidatos ao título. Durante os 150 jogos fiz muitas defesas e é difícil escolher uma só, mas há momentos especiais nestes quatro anos.»
O título mais especial: «Aquele campeonato, por tudo, porque foi um ano em que não podíamos desfrutar dos adeptos no estádio. Isso também mostra que foi um ano diferente, duro para toda a sociedade. 19 anos depois o Sporting conseguiu ganhar aquele título. Também porque foi o meu primeiro ano no Sporting e faz com que seja mais especial. Depois também conseguimos pequenas conquistas para o crescimento do clube, como por exemplo jogar dois anos na Liga dos Campeões. Não são títulos, mas fazem com que a equipa cresça. Este ano estamos a lutar por todos os títulos e isso é importante.»
Relação com Amorim: «A relação é especial. São quatro anos em que conseguimos, à parte dos títulos, pequenas conquistas, um crescimento coletivo. Tem apenas mais dois anos que eu, o que faz com que essa relação seja ainda mais especial. Deixou de jogar futebol há pouco tempo, ou seja, entende precisamente o que se passa num balneário. E por tudo isso a relação torna-se especial, não só como treinador-jogador, mas também a nível pessoal.»
A importância no balneário: «Pela idade, pela responsabilidade, por ser um dos capitães, mais do que com as palavras, com os atos, mostrar aos jovens, o sacrifício que se tem de fazer todos os dias para conseguir as coisas importantes. As vitórias, os títulos e sobretudo os momentos menos bons. Estarmos juntos, tentar retirar o positivo. Tentar ser o exemplo para os jovens e há muitos, ajudar no crescimento dentro e fora do campo.»
Ser um dos capitães: «Para mim é um orgulho tremendo poder ser um dos capitães de um clube tão grande. Com tantos grandes capitães que já passaram pelo clube, para mim é um orgulho tremendo.»
Uma referência para os mais jovens: «A relação é muito boa, com todos. É muito importante que muitos jogadores da formação da academia estão connosco no dia-a-dia. Isso faz com que o clube seja especial. Para eles é uma grande oportunidade estar com a equipa principal e ajudamos em tudo o que conseguimos.»
O apoio dos sportinguistas: «É algo que me fez ficar surpreendido, depois de na primeira época em que não podíamos desfrutar do ambiente do estádio, na minha segunda época, poder recebê-los em nossa casa, sentir como vivem o futebol aqui em Lisboa foi muito especial para mim. Eu já seguia pelas redes sociais o ambiente do estádio, mas vivê-lo foi diferente. A relação que tenho com eles sempre foi de muito respeito, tanto eu com eles, como eles comigo, é uma relação de respeito e de muito agradecimento pelo carinho que me têm dado nestes quatro anos.»
‘O mundo sabe que’ antes de cada jogo em Alvalade: «É especial, é aquele momento antes do jogo que já não há tanto barulho e cantar ‘a capela’ é muito especial. Muitas vezes é difícil concentramo-nos no jogo quando sentimos os cânticos vindos da bancada.»
Valores do clube: «A entrega, a luta até ao fim, o companheirismo. Difícil encontrar um balneário melhor do que este, mesmo nos momentos maus vividos nestes quatro anos, a equipa conseguiu sempre recuperar. Estamos em primeiro lugar e na luta por todos os títulos, e isso é um espírito especial que este clube tem, que têm estes adeptos, que passam para nós jogadores. E que continuemos assim.»
Momento da equipa: «Estamos na luta por todos os títulos. No campeonato fizemos uma primeira volta quase perfeita. Ganhámos muito jogos, já vínhamos de uma boa segunda volta no ano passado sem perder praticamente nenhum jogo. Vamos jogar a meia-final da Taça da Liga, continuamos na Taça de Portugal e também na Liga Europa. A equipa está muito bem, creio que é um bom momento e estou entusiasmado com a segunda volta.»