Abraço a Pinto da Costa, polícia, Santa Clara e luta pelo título: tudo o que disse Sérgio Conceição
Sérgio Conceição projetou o encontro frente ao Santa Clara. Foto: GRAFISLAB

Abraço a Pinto da Costa, polícia, Santa Clara e luta pelo título: tudo o que disse Sérgio Conceição

NACIONAL06.02.202412:48

Sérgio Conceição projetou o encontro com o Santa Clara, referente aos quartos de final da Taça de Portugal, a realizar-se amanhã nos Açores, mas falou de vários temas da atualidade, entre eles a sua presença no Coliseu, a luta das forças da ordem, o atraso para os rivais no campeonato e a força do Santa Clara

-- O Santa Clara é o líder da 2.ª Liga e tem a melhor defesa. Sendo um jogo a eliminar, a eficácia ofensiva do FC Porto pode ser determinante? «Antes de mais, gostaria de dizer algo que acho que é importante e sei que me vão perguntar. Queria encerrar o assunto e [queria] que respeitassem o sócio e treinador que aqui está. Relativamente ao abraço que dei a um amigo no Coliseu, a um mentor, a alguém que conheço desde os meus 15 anos, que me deu algumas das oportunidades que considero muito importantes na minha vida pessoal e profissional, foi um abraço muito importante para o presidente e para mim, naquela que é a nossa relação de alguém que se conhece há mais de 30 anos. Com isso, encerro e peço que respeitem. Em relação ao jogo, vai ser um jogo difícil por tudo o que é a equipa do Santa Clara, pelo bom campeonato que estão a fazer na 2.ª Liga, pela boa solidez defensiva mas também pela equipa experiente que considero que, se estivesse na nossa 1.ª Liga, estaria do meio da tabela para cima. É um jogo difícil, em condições que prevemos difíceis. Vi o último jogo do Santa Clara em casa num relvado em muito mau estado, não sei se a Federação está ao corrente da situação. Uma prova tão bonita como a Taça, acho que devíamos promover o espetáculo. Não sei em que condições vamos jogar, mas isso poderá dificultar a vida das equipas. Espero que o jogo possa decorrer de forma normal porque já são muitas as dificuldades. Poder-se-á tornar um jogo onde o futebol praticado pode não ser suficiente, daí a minha preocupação. Estamos num bom momento, o último jogo não veio quebrar nada, veio sim mostrar que a equipa está bem. Andamos sempre a falar dos resultados, mas o resultado foi negativo e temos plena consciência disso. Dentro disto, temos de olhar para este jogo como a final que é, só estaremos nas 'meias' se conseguirmos vencer o Santa Clara».

-- O que aconteceu em Famalicão deixou no ar uma ideia de que pode vir a acontecer novamente. Face aos calendários das equipas que estão no topo da tabela, tem receio ou preocupação? «Poderá complicar aquilo que é o calendário, sem dúvida. Por outro lado, estamos a falar de um setor que está em protesto e temos de estar solidários. É um setor muito importante na nossa sociedade. Dentro disto, há duas situações que a nós não deixaria nada satisfeito, a de fazer uma viagem até aos Açores, chegar lá e não poder jogar. Temos um calendário muito preenchido, penso que vamos ter mais seis jogos este mês, e não é fácil encontrar data para jogar. Por outro lado, temos de respeitar o protesto de alguém que sente que não tem tudo aquilo que merece».

-- Há algum tipo de garantia de que vai haver jogo amanhã? «Tudo está a correr de forma normal, não tivemos informação alguma de que possa haver outra possibilidade. Penso que está tudo preparado para haver jogo. Em termos de condições climatéricas, isso é que já não sei».

-- O ano passado, preparou jogos com o Santa Clara. Este Santa Clara caiu para a 2.ª Liga, mas se calhar até investiu mais do que nos anos anteriores... É uma equipa mais capaz? «Acho que sim, acho que tem toda a razão».

-- Como avalia o crescimento do Alan Varela desde que chegou? «Na observação que fizemos ao Alan Varela, queria um jogador que ocupasse o mesmo espaço que o Uribe. No potencial que vi nele, ao serviço do Boca, com muito tempo para pensar e executar, não se aventurava muito na frente. Acho que isso se devia à dinâmica da equipa e não às capacidades dele. Houve uma evolução interessante e nós também estamos a jogar de forma diferente em relação ao início da época. Ele agora sente-se com mais liberdade para atacar e é isso que eu quero.»

-- Tem-se mostrado tranquilo relativamente à classificação, mas a verdade é que depois deste empate com o Rio Ave fica com alguma distância para Benfica e Sporting. Tendo em conta que o 3.º classificado não entra na Champions, não está a ficar perigoso? «Entendo a pergunta. Dentro deste cenário, não há nada a fazer. É olhar para a frente. É trabalharmos mais no que podemos controlar. Sermos mais competentes, esperando que naquilo que não controlamos, as pessoas sejam mais competentes também. Se juntarmos isto fazemos uma 2.ª volta acima de média. E depois, em maio, as contas vão-se fazer».

-- Desvirtua o campeonato a equipa que estava à frente não ter calendário para jogar? «Acho que as equipas, os treinadores e os clubes têm experiência suficiente. Acho que os jogadores nem pensam nisso. O Sporting terá um jogo a fazer, ponto. Depende da forma como Famalicão e Sporting vão estar nesse jogo para discutirem os pontos. Não acho que funcione de maneira positiva ou negativa em termos emocionais, não embarco muito nisso».

E terminou a conferência de imprensa bem-humorado: «Estão com pouca vontade, pessoal? Fui muito sucinto? Cortei logo no início, não é?» (risos).