Palmeiras Abel Ferreira supera recorde de Scolari: «Como é possível não gostarem dele?!»
Embalado para revalidar o título no Campeonato Paulista, Abel Ferreira superou Luiz Felipe Scolari e tornou-se no treinador do Palmeiras com mais finais (11).
«11.ª final? Não sabia, às vezes nem eu próprio tenho noção. Já passei o Felipão? Não, mas acho que nunca vou conseguir chegar ao que ele ganhou. Ele é o terceiro treinador com mais títulos no mundo. Às vezes fico chateado com algumas pessoas que não gostam dele. Penso ‘como é possível não gostar deste homem?’. Ele é top - top homem, treinador e pessoa. Entre os brasileiros que gosto mesmo», disse o antigo internacional português que chegou a ser convocado por Scolari quando este era selecionador de Portugal.
Sobre o recorde de finais pelo clube: «Há pessoas que dizem que não têm de provar mais nada a ninguém. Eu penso o contrário. Penso que tenho de provar todos os dias, que o que eu faço não é suficiente. Nunca estou satisfeito. Acho sempre que há espaço para melhorar, estou sempre em dúvida se vou, ou não, ganhar. Aprendo sempre com outros treinadores. Tenho as minhas inseguranças, tenho de provar constantemente que mereço estar onde estou. Mas isso sou eu, desde pequeno. Nunca ninguém me deu nada, sei de onde vim, que fui jogador por esforço meu. Nunca joguei à bola com o meu pai, nem sei se ele sabe chutar uma bola. Fui o único na família que seguiu a carreira de jogador e ninguém mais vai ser. Eu sei o quanto me custou chegar até onde cheguei como jogador e treinador.»
Uma mensagem que tenta passar aos que trabalham com ele: «Digo sempre aos jogadores: ‘se vocês querem dar um passo em frente, se querem melhorar os vossos contratos, continuar no Palmeiras, não podem apoiar as costas quando sentam na cadeira. O que a gente fez, nos dá responsabilidades. Não tenho noção nenhuma da dimensão do que fazemos. A minha preocupação é descansar e trabalhar, é a minha mentalidade. Hoje faleceu uma pessoa portuguesa, um grande empreendedor, grande homem, Rui Nabeiro, que do nada transformou um império. É nisso que acredito, nas pessoas que têm sonhos, trabalham e se dedicam. Eu nunca estou satisfeito, procuro sempre melhorar, sei que não sou o melhor, os adversários estão preparados para nos derrotar. Digo aos jogadores: quando relaxarem, baixarem a guarda, e vai acontecer, não somos invencíveis. Espero só que não aconteça muitas vezes, porque se acontecer, o treinador vai embora, aqui vocês sabem como é, faz parte da minha vida, quando não tiver resultados vou embora.»