A velha história do Golias não dar hipótese ao David (crónica)
A festa do golo na Amadora (foto: MIGUEL NUNES)

Sintrense-FC Porto, 0-3 A velha história do Golias não dar hipótese ao David (crónica)

FC Porto impôs na Amadora a lei do mais forte e não permitiu veleidades ao Sintrense. Golaços de Galeno e Iván Jaime embelezaram a festa da Taça de Portugal, num jogo em que Tiago Djaló também marcou e brilhou

Imperou a lei do mais forte na eliminatória da Taça de Portugal entre o Sintrense e o FC Porto. A diferença abissal de forças ficou bem estampada no marcador e também dentro das quatro linhas, numa partida de claro sentido único, com o dragão a demonstrar uma enorme superioridade, podendo mesmo ter conseguido um resultado mais volumoso, não fosse algumas belas intervenções de Rodrigo Dias.

O FC Porto iniciou bem a defesa do troféu que conquistou nas últimas três temporadas e que se propõe a vencer novamente em 2024-2025, com Vítor Bruno a fazer uma profunda remodelação no onze, promovendo a estreia oficial de Tiago Djaló com a camisola azul e branca, ele que se revelou determinante na partida, conferindo enorme segurança ao setor defensivo e teve ainda o ensejo de marcar o terceiro golo, na sequência de um pontapé de canto.

Os azuis e brancos até não tiveram uma entrada de grande fulgor, mas a partir dos primeiros 15 minutos começaram a imprimir outra velocidade e foi com naturalidade que abriram o ativo, num golo de fazer levantar as bancadas do Estádio José Gomes, face ao pontapé à meia-volta de Galeno, dando a melhor sequência a um cruzamento primoroso de Gonçalo Borges.

Estava assim desatado o nó mais complicado e o FC Porto foi intensificando ainda mais o seu domínio no encontro, mormente no início da segunda parte, com Iván Jaime, num lance pincelado com magia, a fazer a bola anichar-se na baliza do Sintrense pela segunda vez.

O conjunto do Campeonato de Portugal começou a dar sinais de alguma fadiga física e a tendência era naturalmente que o resultado ganhasse maior expressão para o lado azul e branco. Tiago Djaló, com grande estampa física e altura, saltou mais do que toda a gente na pequena área do adversário e festejou de forma efusiva o 0-3, ele que no último ano e meio jogou pouco devido a uma grave lesão que sofreu e o levou ao bloco operatório.

Com uma vantagem confortável, Vítor Bruno começou desde logo a pensar no jogo da Liga Europa, da próxima quinta-feira, no Dragão, diante dos alemães do Hoffenheim. Nesse sentido, tirou de campo Alan Varela, Galeno e Fábio Vieira, este último com problemas físicos, depois de ter sofrido na pele algumas entradas mais ríspidas.

O pendor da partida manteve-se, com o FC Porto a exercer maior pressão junto à área contrária, com o Sintrense a esgotar todas as suas energias para que o resultado não tomasse proporções maiores. Na prática, o plano de jogo de Vítor Bruno, que apostou num esquema inicial de quatro defesas, três médios e três avançados foi cumprido à risca e só as lesões de Wendell e de Fábio Vieira não estavam nas melhores das previsões.

O Sintrense tentou ao máximo adiar o primeiro golo dos portistas e causar sensação na Taça de Portugal, mas o poderio do opositor veio ao de cima e foi com naturalidade que venceu o mais forte. A equipa da quarta divisão do futebol português teve sempre uma toada defensiva e apenas Edney Ribeiro lutou contra o mundo e procurou importunar a defesa dos dragões.

Um dos factos que mais salta à vista neste encontro prende-se com a segurança que Tiago Djaló parece trazer ao eixo da retaguarda, ele que demonstrou também ter boa saída de bola e ser importante nos esquemas táticos, o que permite a Nehuén Pérez alinhar no lado direito, onde se sente mais confortável. O FC Porto cumpriu a sua missão e saiu da Reboleira com a passagem à eliminatória seguinte.