A exigência dos dragões ao Al Nassr para libertar Otávio

FC Porto A exigência dos dragões ao Al Nassr para libertar Otávio

NACIONAL18.08.202322:35

O Al Nassr, treinado pelo português Luís Castro e onde joga Cristiano Ronaldo, apresta-se para fazer novo ataque cerrado a Otávio e predispõe-se a pagar a cláusula que consta no contrato do médio (60 milhões de euros) até ao dia 15 de setembro, data do fecho do mercado na Arábia Saudita.


Os árabes já haviam feito uma primeira tentativa em julho, altura em que o vencedor da Taça dos Campeões Árabes tentou seduzir o internacional português, mas os valores apresentados ficaram muito aquém do pretendido pelos dirigentes da SAD, que voltam a apontar para o valor da cláusula e tencionam que a mesma seja paga a pronto e não em parcelas.


Aos 28 anos, Otávio vê abrir-se uma porta milionária, que lhe possibilitará ganhar três vezes mais do que aufere no Dragão - ele que é o jogador que ganha mais no plantel --, pelo que encara esta oportunidade como única e não descarta mesmo sair para alinhar na equipa de Cristiano Ronaldo, que certamente lhe terá dado boas referências do campeonato daquele país que está em franca expansão, com muitos craques do futebol europeu a ficar seduzidos pelos milhões de euros oferecidos.

O Al Nassr pretende pagar 20 milhões de euros à cabeça ao FC Porto, com os remanescentes 40 milhões a ser liquidados em duas parcelas, provavelmente nos próximos dois anos.

Dada a importância de Otávio na estrutura da formação orientada por Sérgio Conceição, que pretende travar a todo o custo a saída de uma unidade tão nuclear como o luso-brasileiro, a SAD tem margem de manobra para negociar com os sauditas e pedir mais dinheiro a pronto, pois a saúde financeira dos azuis e brancos não é saudável e é necessário injeção de capital com urgência e 60 milhões de euros nesta altura funcionariam como um enorme balão de oxigénio para os cofres portistas.

Mercado até 20 de setembro

Já da primeira vez que foi sondado pelo Al Nassr, Otávio ficou com a cabeça à roda com o vencimento oferecido pelo emblema da Arábia Saudita e agora está mesmo recetivo a mudar de ares, pois está no FC Porto há sete temporadas e entende que uma oportunidade como a que tem agora não surge mais do que uma vez na vida futebolística.


Apesar de já ter um ordenado avultado - cerca de quatro milhões de euros líquidos por época -, o Al Nassr oferece 13 milhões por cada um dos três anos de contrato, o que equivale a 39 milhões de euros líquidos até 2026, uma verba exorbitante, um verdadeiro contrato das Arábias que Otávio não pretende recusar.

O mercado de transferências na Arábia Saudita, ao contrário de Portugal que termina dia 31 de agosto, estende-se até 20 de setembro, pelo que o clube de Luís Castro e Cristiano Ronaldo tem mais de um mês para convencer Pinto da Costa e restante cúpula da SAD para libertar aquele foi considerado por treinadores e capitães o melhor jogador da última edição da Liga portuguesa.

Agenciado por Israel Oliveira, Otávio continua a trabalhar no Olival com a mesma determinação de sempre, mas não fica indiferente ao facto de o seu nome estar a ser ventilado como potencial reforço de umas das equipas que mais tem investido na Arábia Saudita.

O médio sabe que é desejado por Luís Castro e o próprio Cristiano Ronaldo já aconselhou a aceitar mudar-se para Riade.

32,5 por cento do passe pertence ao BMG 

Caso seja vendido, Otávio resultará num valor muito abaixo dos € 60 milhões, pois 32,5 por cento dos direitos económicos estão na posse à entidade bancária BMG, através de um clube brasileiro.

Uma venda significaria que o FC Porto só teria direito a €40,5 milhões e os restantes seriam para o BMC. De recordar que em março de 2021, a SAD fez um esforço financeiro gigantesco e inédito na história do FC Porto para assegurar a continuidade do jogador até 2025: 16,9 milhões no total, «gastos relacionados com as aquisições de direitos económicos, nomeadamente encargos com serviços de intermediação, serviços legais, prémios de assinatura de contratos, entre outros custos relacionados com a aquisição dos direitos económicos», explicações vertidas no Relatório e Contas consolidado de 2020/21.

Na altura, Israel Oliveira, agente de Otávio, negou a existência de um prémio de assinatura, revelando que os 16,9 milhões correspondiam, na sua esmagadora maioria, «aos salários da renovação do contrato por quatro anos, cerca de quatro milhões brutos por época».