A dor de Bosman: «Mudei o futebol para sempre e sinto-me abandonado»
Ex-futebolista belga confessou sentir-se «abandonado» pelas instâncias que regem o futebol
Jean-Marc Bosman, antigo futebolista belga, mudou o futebol para sempre, quando, em dezembro de 1995, viu o Tribunal Europeu de Justiça dar-lhe razão num caso judicial contra o Standard Liège e tomar a decisão que para sempre ficou conhecida como ‘Lei Bosman’, que permite aos jogadores que acabem contrato com os clubes assinem por outro a ‘custo zero’.
Passados quase 30 anos, o antigo médio, hoje com 59 anos de idade, admitiu a mágoa que carrega a mágoa de nunca ter sido reconhecido pela forma como conseguiu mudar a ligação laboral entre clubes e jogadores.
«Nunca recebi um cêntimo e os clubes deviam fazer-me uma estátua. Nunca fui, sequer, convidado para um evento da FIFA ou da UEFA. Mal consigo pagar as minhas contas e sobrevivo à conta da pensão de invalidez que recebo por causa da operação que fiz à cervical. Só a FIFPro, por ocasião do 25.º aniversário da Lei Bosman, é que me fez uma doação, que me permite pagar as contas do meu filho», disse o belga numa entrevista à Gazzetta Dello Sport.
«A UEFA e a FIFA deveriam pagar-me uma percentagem, mesmo que fosse mínima, como 0,01%, de cada contrato assinado pela Lei Bosman. Eu mudei o futebol e sinto-me abandonado», atirou Jean-Marc.