FC Porto-Gil Vicente, 3-0 A análise de Duarte Gomes à arbitragem do FC Porto-Gil Vicente
Cláudio Pereira, que tem valor, optou por permitir o contacto físico até ao limite. O «problema» é que a estratégia, sempre elogiável, pressupõe que se assinalem as infrações que de facto existem. Deixar jogar sim; não punir faltas evidentes é outra coisa
Cláudio Pereira dirigiu o FC Porto/Gil Vicente FC de ontem. O árbitro da AF Aveiro foi auxiliado pelo portuense Vasco Santos.
Diogo Costa foi o capitão dos visitados. Conversa entre o árbitro da partida e Alan Varela (antes do jogo começar) fez depreender que seria o médio argentino quem representaria a sua equipa junto do juiz portuense.
Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro:
26' É justo sublinhar que o lance não era fácil de ver em campo, mas a verdade é que Buatu escolheu mergulhar para a frente do remate de Nico González, acabando por intercetar a bola com o seu braço direito. Não houve atenuante de "bola inesperada" ou de pontapé na queima/a curta distância, porque foi o infrator quem optou por abordar a jogada daquela forma e com aquele risco. Esteve bem o VAR a recomendar o pontapé de penálti e o árbitro ao não advertir o defesa angolano.
34' Bola rematada por Gonçalo Borges foi desviada pelas costas de Buatu, após desvio anterior na perna de Fujimoto. Não houve infração do defesa gilista.
36' Faltas consecutivas de Alan Varela num curto período de tempo podiam ter merecido outra análise disciplinar.
40' Iván Jaime caíu na área adversária após colidir com Buatu. O defesa do Gil Vicente não cometeu qualquer infração sobre o adversário. Esteve bem Cláudio Pereira ao nada assinalar.
45+4' O árbitro geriu com benevolência infração antidesportiva de Rúben Fernandes. O agarrão do capitão do Gil a Namaso foi demasiado ostensivo, cortou saída do adversário e devia ter sido sancionado com cartão amarelo.
49' Pequena precipitação de Cláudio Pereira ao interromper o jogo para assinalar um fora de jogo dos gilistas quando a equipa azul e branca estava a sair com a bola. Acontece e serve para aprender.
49' O árbitro assistente nada assinalou. mas Gonçalo Borges partiu de posição irregular quando serviu Nico González (quase marcou para o FC Porto). Se a bola tivesse entrado, o VAR iria invalidar o golo por fora de jogo inicial.
54' Sandro Cruz cometeu duas infrações de uma só vez: pisou o pé de Stephen Eustáquio e atingiu-o com o braço no peito. A sua ação foi antidesportiva e bem punida com advertência.
59' Segundo golo do FC Porto, com recuperação de bola de Gonçalo Borges sem falta sobre Zé Carlos. Houve contacto lateral legal. Boa decisão da equipa de arbitragem.
64' Duas faltas consecutivas por assinalar (a primeira para o FC Porto, a segunda para o Gil Vicente). Foi assinalada uma terceira, que na prática favoreceu a equipa da casa, a quem era devida a infração inicial.
68' Pontapé de penálti bem assinalado após derrube de Andrew às pernas/corpo de Nico González. Antes Rúben Fernandes estava a pôr o avançado espanhol em jogo. Tudo certo.
78' Vasco Sousa foi derrubado na sequência de entrada negligente de Sandro Cruz. O defesa do Gil Vicente não concordou, mas a infração foi mesmo sua. Decisão corretíssima do árbitro (antes Nico González tocou na bola, não cometendo infração sobre Félix Correia).
87' Josué foi advertido na sequência de decisão mais afirmativa do árbitro, em momento e situação que permitiam outra gestão. As imagens televisivas captaram reação verbal «evitável» do experiente central português.