A análise de Duarte Gomes à arbitragem do Chaves-FC Porto: José Bessa teve pouca cabeça

Lance que redundou no primeiro amarelo a Júnior Pius e deu encosto de cabeças era evitável

O GD Chaves/FC Porto, realizado no Estádio Eng. Manuel Branco Teixeira, foi arbitrado pelo portuense José Bessa.

O jogo contou à distância com a colaboração de Hugo Miguel, que desempenhou a função de vídeo árbitro. O ex-árbitro da AF Lisboa teve papel preponderante na partida, com uma intervenção muito oportuna em lance relevante, que exigiu concentração máxima.

José Bessa é um jovem com muitas condições para triunfar na alta competição. Ainda está na fase em que comete alguns erros fruto da sua inexperiência a este nível. O importante é que tenha (como terá) a capacidade de aprender com eles, evitando repetir aqueles que apenas dependem de si.

Segue resumo dos momentos mais relevantes da partida:

15' Quando Rúben Ribeiro fez o passe, João Correia estava adiantado. O avançado cabo-verdiano isolou-se na cara de Diogo Costa, mas a irregularidade foi entretanto (bem) assinalada pelo árbitro assistente. 

21' O árbitro entendeu contemporizar (até porque foi a primeira infração mais "acima" no jogo), mas a verdade é que a entrada de Morim sobre Taremi - sola/pitons da bota esquerda no pé direito do iraniano - foi francamente negligente e justificava o primeiro cartão amarelo da partida. 

24' Dario Essugo esticou a perna direita à bola, na sequência de abordagem em tacle e com alguma velocidade ao lance. A entrada em si não foi negligente mas acabou mesmo por derrubar Pepê, com contacto físico cometido em dois momentos (antes e depois de jogar a bola). Foi bem assinalado o pontapé-livre que resultou no golo inaugural do jogo.

24' Júnior Pius descontrolou-se emocionalmente durante largos segundos, sendo inclusivamente afastado por colegas de equipa. O defesa nigeriano mereceu "receber" mais do que um amarelo naqueles instantes. Mas foi João Bessa, ao tentar manter a sua autoridade em momento de forte pressão, quem se precipitou de forma evitável. O portuense promoveu, de facto, o "cabeça com cabeça" com o jogador flaviense. Ninguém é de ferro (eu que o diga), mas é importante que perceba o erro que cometeu e nunca mais o volte a repetir.

28' Segundo amarelo bem exibido a Júnior Pius na sequência de entrada claramente negligente sobre Alan Varela. Decisão indiscutível do árbitro da partida.

42' Excelente intervenção de Hugo Miguel (VAR), em lance muito difícil de analisar in loco: no momento do cruzamento da direita de Francisco Conceição, João Correia (que depois marcou golo) estava em posição irregular. O facto de Rodrigo Moura "defender" a bola a soco não anulou essa infração. Nestes casos, o fora de jogo mantém-se sempre, independentemente do infrator estar noutro local (legal) quando toma parte ativa na jogada. Decisão corretíssima da equipa de arbitragem.

45+4' João Correia foi advertido com justiça após pisar o pé de Zé Pedro, na sequência de entrada negligente ao lance. 

47' Remate na queima de Alan Varela bateu nas costas e braço direito de Morim, que estava em posição defensiva normal para a circunstância. Lance legal na área flaviense.

49' Martim Fernandes jogou a bola e em simultâneo pisou o pé de Essugo, comentendo infração imprudente bem assinalada.

60' Martim Fernandes, por trás, derrubou Rúben Ribeiro, tendo ainda pisado o pé do adversário com alguma negligência. Foi bem sancionado com cartão amarelo.

65' Alan Varela arriscou a advertência quando atingiu o rosto de Morim com o braço direito, na tentativa de disputar a bola. O árbitro entendeu que a infração foi apenas imprudente. No limite. 

72' Pontapé de penálti bem assinalado por rasteira clara e evidente de Essugo sobre Pepê. O jogador do Chaves tentou jogar a bola, razão pelo qual João Bessa não lhe exibiu o segundo amarelo. Fez bem.

88' Stephen Eustáquio foi bem advertido após entrada dura e negligente sobre Dario Essugo.

Nota: 4