Rio Ave-Benfica, 2-3 Kokçu fez golo de bandeira e foi ‘playmaker’ empenhado: as notas dos jogadores do Benfica
Numa jornada em que o Benfica fez questão de complicar o que estava a ser fácil, sobressaiu a exibição do internacional turco ex-Feyenoord, que acabou por ser substituído, manifestamente desgastado. Mas durante muito tempo encheu o campo...
Melhor em campo: Orkun Kokçu (7)
Orkun Kokçu, internacional turco de 24 anos, fica na história da vitória do Benfica em Vila do Conde pelo coelho que tirou da cartola aos 30 minutos, num remate indefensável a 25 metros da baliza, de execução técnica irrepreensível, qual ‘baklava’, a mais doce das iguarias do Império Otomano. Mas Kokçu não foi só esse golo, foi capaz de pegar na batuta e reger a orquestra sem nunca recusar o compromisso na recuperação da bola. Trata-se de uma evolução que não pode passar em claro, porque ao ser defensivamente ativo valoriza-se como jogador e serve de farol para o resto da equipa. Na retina, para lá do golo, ficaram vários passes de tremenda qualidade técnica, que abriram a frente de ataque do Benfica, e tornaram mais difícil a vida ao Rio Ave.
Trubin (5) – Batido por duas vezes sem que possam ser-lhe assacadas responsabilidades, o guarda-redes ucraniano teve a intervenção mais difícil ao segurar a bola após um pontapé de canto, quando estava a ser estorvado por dois adversários, aos 15 minutos.
Tomás Araújo (4) – Nunca esteve confortável no jogo e Bruno Lage, mesmo sem Bah, deverá repensar a sua adaptação a lateral direito. Demasiado faltoso a defender, percebe-se que está longe da melhor forma.
António Silva (4) – O internacional português, que logo aos quatro minutos podia ter marcado, após assistência de Otamendi, atravessa um momento de pouca confiança, e percebe-se que treme cada vez que tem de fazer um passe mais complicado. Precisa de tempo para recuperar o seu melhor nível.
Otamendi (6) – É o grande patrão da equipa, a voz de comando dentro do campo que é seguida pelos companheiros. Imperial no jogo aéreo defensivo, mostra-se cada vez mais arguto nos pontapés de canto a favor do Benfica, colocando-se ao segundo poste e criando muitas situações delicadas para o adversário.
Carreras (6) – Deu-se ao jogo sem limites, foi fator de intensidade, procurou combinar com Bruma, mas a sua exibição foi mais em quantidade do que em qualidade. Teve uma mão cheia de situações para cruzar com maior precisão e não conseguiu fazê-lo.
Florentino (3) – O que lhe aconteceu no lance do segundo golo do Rio Ave, quando foi lento a virar-se (o passe de Trubin não foi, sequer, queimado) e viu Clayton tirar-lhe a bola e empatar a partida, era um dos defeitos que mais lhe apontavam na passagem, por empréstimo, pelo Getafe. Facilitar naquela zona é a morte do artista.
Aursnes (7) – O norueguês é pau para toda a obra, tanto se cola à linha e serve de ala como procura zonas interiores para auxiliar o trinco, como dá conta do recado quando é chamado a funções de defesa lateral. Neste jogo, a sua cereja no topo do bolo foi a assistência para o 2-3 de Akturkoglu.
Amdouni (6) – O suíço passou mais tempo como apoio direto de Pavlidis do que na ala, e a defesa do Rio Ave ressentiu-se do seu posicionamento. Extraordinária a jogada que inventou aos 43 minutos, quando trabalhou ao longo da linha de fundo e deu o golo a Pavlidis, que não acertou na baliza.
Pavlidis (6) – Sofreu e marcou de forma superior o penálti que colocou o Benfica com dois golos de vantagem. Mas apesar de toda a entrega, não esteve em dia de pé quente e desaproveitou várias bolas que podiam ter acabado no fundo das redes de Miszta. Infeliz, e nada mais, no golo de Aguilera.
Bruma (6) – Uma exibição na linha do que fez Carreras, mais em quantidade – e teve muita bola – do que em qualidade. Aos 22 minutos teve um bom remate, defendido por Miszta, e aos 55 assistiu muito bem Leandro Barreiro, mas esteve abaixo do que pode na hora da definição.
Leandro Barreiro (6) – O luxemburguês entrou bem, sem complexos, a ajudar, tal como Aursnes tinha feito, Pavlidis na primeira pressão à saída de bola do Rio Ave. Grande passe para Akturkoglu, aos 83 minutos, que rematou ao poste.
Akturkoglu (7) – Ao marcar o golo da vitória, de boa execução técnica, transformou-se no herói do Benfica. E ainda está para perceber como é que o remate que desferiu aos 83 minutos bateu na face interior do poste e a bola não entrou. Foi a jogo com excelente atitude.
Renato Sanches (5) – Parece estar a regressar à melhor condição. Se o corpo lhe permitir pode ter um final de temporada em grande.
Belotti (7) – O campeão europeu pela Itália é um jogador diferenciado e provou-o ao dar o impulso mais importante na jogada do 2-3. A velocidade como recebeu a bola, galgou metros e a passou, no timing certo, a Aursnes, não é para qualquer um.
Dahl (5) – O sueco entrou para somar, fechou a ala esquerda, dobrou sempre que necessário Carreras e deu contributo positivo nos seis minutos em que esteve em campo.