Eleições legislativas: resultados e reações
Aliança Democrática elege 79 deputados, mais dois que o PS; Chega foi o grande vencedor na noite eleitoral; o que disseram os candidatos
A Aliança Democrática (AD) venceu as eleições legislativas deste domingo, por uma curta margem, com 29,5 por cento dos votos, elegendo 79 deputados. O PS teve 28,7 por cento, com 77 deputados.
A terceira força política foi o Chega, o vencedor da noite, que teve mais de um milhão de votos (18,1%) e mais do que quadriplicou a bancada parlamentar (48). A abstenção foi de 33,8 por cento.
Neste momento falta conhecer os resultados dos ciclos eleitorais da emigração, que elegem quatro deputados, devendo os resultados finais ser conhecidos no próximo dia 20.
Luís Montenegro, AD
«Parece incontornável que a AD ganhou as eleições e o PS perdeu as eleições. É minha expectativa fundada que o Presidente da República, depois de ouvir todas as demais forças políticas, me possa indigitar para formar Governo», começou por afirmar o líder da AD, formada por PSD, CDS e PPM, rejeitando eventual coligação com o Chega: «não é não».
«Nunca faria a mim próprio, ao meu partido e à democracia portuguesa tamanha maldade, que seria incumprir compromissos que assumi de forma tão clara», reagiu, esperando que «o PS e o Chega não constituam uma aliança negativa para impedir o Governo que os portugueses quiseram».
Pedro Nuno Santos, PS
«Quero dar os parabéns e felicitar AD pela vitória. O partido Socialista será a oposição. Nós vamos liderar a oposição. Pretendemos recuperar os portugueses descontentes da AD. É um resultado muito expressivo que não se pode ignorar. O nosso caminho começa agora», afirmou Pedro Nuno Santos.
André Ventura, Chega
«A partir de amanhã temos todas as condições para construir um governo de direita em Portugal. O Chega e o PSD têm maioria absoluta nestas eleições, só um ato de irresponsabilidade poderá afastar uma solução de governo», considerou André Ventura, líder do Chega.
Rui Rocha, IL
«Crescemos em votação ao termos mais cerca de 40 mil votos, crescemos em percentagem, mantivemos o grupo parlamentar e consolidamo-nos como quarta força política nacional (...) Não será pela Iniciativa Liberal que não haverá uma solução estável de governação», disse Rui Rocha, da Iniciativa Liberal.
Mariana Mortágua, BE
«Aqui estamos e faremos exatamente aquilo que dissemos que íamos fazer: seremos parte de qualquer solução que afaste a direita do governo. Levamos a sério a campanha que fizemos, levamos a sério a confiança que cada uma destas pessoas depositou em nós», assegurou a coordenadora do Bloco de Esquerda.
Paulo Raimundo, CDU
«Um favorecimento que marca o percurso de sempre do PSD e CDS e potenciando riscos sérios de empobrecimento democrático. A promoção da política de direita ao longo destes últimos anos, de forma particular com a imposição da maioria absoluta, com o que gerou de injustiças e legítimo descontentamento e insatisfação, favoreceu o discurso demagógico, nomeadamente do Chega. O resultado da CDU significa um desenvolvimento negativo, mas não deixa de constituir uma importante expressão de resistência», observou Paulo Raimundo.
Rui Tavares, LIVRE
«São eleições que nos deixam ainda na incerteza. Não sabemos que maiorias e que governabilidade vamos ter nos próximos meses. Só há duas certezas. Há espaço para a esquerda verde europeia. Segundo fator: o Livre, agora com grupo parlamentar, vai trabalhar muito para servir o nosso país. Importa-nos as pessoas, antes dos cargos. É muito importante que saibam que o Livre sabe crescer bem e com responsabilidade», garantiu Rui Tavares, do LIVRE.
Inês de Sousa Real, PAN
«Sabemos que o contexto político é bastante adverso e não posso deixar de lamentar que o Presidente da República tenha contribuído, de alguma forma, para toda a instabilidade política que temos vivido, para que a descrença das pessoas se tenha transformado num voto de protesto ao invés de um voto de confiança nas forças políticas», lamentou Inês de Sousa Real, do PAN.
Resultados eleitorais
Partido | Percentagem de votos | Deputados |
AD | 29,5% | 79 |
PS | 28,7% | 77 |
Chega | 18,1% | 48 |
IL | 5,1% | 8 |
BE | 4,5% | 5 |
CDU | 3,3% | 4 |
LIVRE | 3,3% | 4 |
PAN | 1,9% | 1 |
ADN | 1,6% | 0 |
RIR | 0,4% | 0 |