Duarte Gomes analisa arbitragem do Portugal-Eslováquia

Uma dúvida significativa

Tasos Sidiropoulos viajou até Lisboa para arbitrar o Portugal/Eslováquia de ontem.

O também gregonAngelos Evangelou desempenhou a função de VAR. 

Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro: 

1' Cristiano Ronaldo estava adiantado tantos metros que pareceu não fazer sentido que o árbitro assistente tenha permitido que a jogada se desenrolasse até ao final. Se a infração for demasiado óbvia a olho nú, o ideal é tomar no imediato a decisão que todos esperam (e que pode poupar lesões, conflitos desnecessários, desgaste físico, etc). 

8' Quatro jogadores portugueses em clara posição de fora de jogo, mas a bola cruzada por Rafael Leão não pareceu apanhar Bruno Fernandes em posição irregular. O lance foi assinalado em campo, após jogada de perigo do ataque de Portugal. 

18' Golo de Portugal: no momento do cruzamento da direita de Bruno Fernandes, Gonçalo Ramos (que cabeceou com sucesso) estava em jogo. Pekarik estava a validar a posição do avançado português.

20' Fora de jogo bem assinalado a Bozenik. O cabeceamento do avançado da Eslováquia já não contou. 

Nota - Até aos 25m tinham sido assinaladas apenas duas infrações. Números fantásticos, que dão que pensar.

29' Pontapé de penálti bem assinalado a favor de Portugal: Vavro abordou cruzamento de Rafael Leão com alguma imprudência. O central eslovaco deixou o braço esquerdo para trás, fora da zona normal do corpo face ao movimento que efetuou, tirando  benefício direto disso (desviou trajetória da bola).

30' Rasteira duríssima e negligente de Palhinha às pernas de Kucka tinha que ser sancionada com advertência. O árbitro, até então em excelente plano, optou por apenas avisar o médio português. 

31' Cartão amarelo bem mostrado a Pekarik, após entrada claramente negligente às pernas de Rafael Leão. 

35' António Silva usou a mão esquerda (bem encaixada no rosto de Bozenik) para impulsionar o salto que precisou para cabecear a bola. Depois ainda colocou o outro braço sobre o pescoço/corpo do adversário. A infração que cometeu foi clara e inequívoca. A única dúvida, que nenhuma imagem esclareceu plenamente, foi saber se o início do contacto irregular foi fora ou dentro da área portuguesa. A interrogação leva-nos a aceitar como boa a decisão do árbitro não assinalar pontapé de penálti (mas como errada a de nem sequer assinalar pontapé-livre direto a favor da Eslováquia). 

57' Entrada negligente de Bruno Fernandes sobre Suslov bem sancionada com advertência. 

59' Palhinha foi derrubado por Duda, em falta não assinalada pelo árbitro da partida. O médio português ficou momentanemente lesionado na sequência da infração. 

61' Duda viu o cartão amarelo com justiça, após simular de forma evidente uma infração (alegadamente de Gonçalo Ramos) que não sofreu: o avançado português fez carrinho deslizante à sua frente, mas esteve longe de atingir o jogador adversário. 

69' Golo legal da Eslováquia, marcado por Hancko (a bola desviou no pé direito de António Silva antes de entrar na baliza defendida por Diogo Costa). 

72' Golo legal de Portugal, marcado por Ronaldo, após cruzamento da direita de Bruno Fernandes. O capitão da seleção nacional estava a ser colocado em jogo por Skriniar.

75' Cartão amarelo mal exibido a Palhinha. O médio português fez carrinho deslizante no solo e tocou na bola, não tendo feito nada a mais ou acima do necessário na sequência dessa intervenção (ou seja, não foi imprudente nem negligente). Análise errada de Sidiropoulos.

80' Golo legal de Lobotka, a reduzir o marcador da partida (3-2). 

85' Suslov carregou as costas de Cristiano Ronaldo junto à linha lateral. O árbitro considerou que a carga do jogador eslovaco cortou um ataque prometedor conduzido pelo capitão português. Naquela circunstância, a análise foi discutível mas aceitável.

Nota - 5