Destaques de Portugal: Bruno Fernandes numa orquestra perfeita
O título podia ter todos os nomes, mas uns destacaram-se mais: a dupla B&B (Bruno e Bernardo) encheu de arte o campo; os Gonçalos (Inácio e Ramos) abriram a festa e Jota, Horta e Félix estiveram no ‘encore’ final
Bruno Fernandes (9) — Os nove golos de Portugal, numa noite nunca vista em 122 anos de história da Seleção, seriam mote perfeito para correr todos os jogadores a nota 9. Mas tal seria injusto para os que mais se destacaram. E entre eles houve um que ficou uns pozinhos acima dos restantes. Bruno foi maestro de uma orquestra que não falhou uma única nota, encheu o campo com as suas sinfonias, óperas, cantatas e solos, protagonizando três assistência e marcando ele próprio o merecido golo.
Diogo Costa (8) — Passou a noite a celebrar golos e... pouco mais. Mas houve um «mais» nesta equação que merece destaque: estava a ser mero espectador quando, ao minuto 62, protagonizou enorme defesa após disparo de Leandro Barreiro. Assim, também é dele o 9-0, pela parte do zero, da baliza inviolada.
Nélson Semedo (8) — Primeira parte de altíssima intensidade e velocidade, surgindo muitas vezes a apoiar o ataque, com sprints e diagonais que deixaram a cabeça dos luxemburgueses em água.
Rúben Dias (8) — Pouco trabalho defensivo, mas sempre bem executado. Fica na história da goleada com excelente passe longo para Diogo Jota servir Horta no 6-0.
Gonçalo Inácio (9) — O central goleador, que abriu a contagem de cabeça a passe de Bruno Fernandes e, numa espécie de dejá vu, de novo servido pelo médio do Manchester United, repetiu a dose rumo ao 4-0. O seu pé esquerdo ajuda muito a desequilibrar no lançamento de jogadas.
Diogo Dalot (8) — Interessante e rara movimentação, assumindo a posição de trinco quando Danilo baixava a central, quase sempre que Rafael Leão tinha a bola e disparava na esquerda. Exibição de elevado grau.
Danilo (8) — Deambulou, sempre de forma segura e eficaz, entre o centro da defesa e a posição 6, numa nuance tática claramente com o dedo de Martínez. Sempre concentrado.
Bernardo Silva (9) — As combinações perfeitas, constantes, rápidas, estonteantes com Bruno Fernandes chegam a deixar a ideia que jogam sempre juntos e não nos rivais de Manchester... É avassalador. É lindo. E é dele a assistência para o primeiro golo de Gonçalo Ramos.
Diogo Jota (9) — Tentou aos 29’ (por cima), aos 30’ (de bicicleta), aos 35’ (à barra).E tanto tentou que... conseguiu. Merecidamente. E até bisou. Dois golos plenos de oportunidade, à ponta de lança.
Gonçalo Ramos (9) — No Algarve, o rapaz natural de Olhão voltou a dar conta da missão de substituir o maior goleador da história (CR7) e, numa primeira parte de encantar, fez dois golos, o segundo na sequência de movimento delicioso.
Rafael Leão (8) — Quando pega na bola, há uma reação de paixão do povo por ele, há gritos, um bruá ensurdecedor, espera-se magia. Os adeptos ficam à beirinha da cadeira, a ver o que dali sairá. E entre sprints excitantes e dribles de aplauso, encontrou a linha para servir Ramos no seu segundo golo.
João Cancelo (7) — Entrou bem no jogo, ajudando a abrir espaços para outros aumentarem o ‘score’.
Ricardo Horta (8) — Sete minutos em campo e já estava a atirar a bola para a baliza, fazendo o que lhe foi pedido e alargando para 6-0.
João Félix (9) — Regresso aos golos, perdão, às obras de arte. Entrou para fechar as contas com chave de ouro, com um disparo cruzado e cheio de efeito ao ângulo. 9-0! E que alegria.
Rúben Neves (8) — A tempo de fazer a assistência para o belíssimo golo de João Félix.
Otávio (7) — Nada ligou a alguns assobios e ajudou à festa.