Sérgio Conceição

OPINIÃO04.12.202003:00

1 Nunca um treinador fez tanto com tão pouco no FC Porto como Sérgio Conceição. De José Maria Pedroto, primeiro técnico contratado por Pinto da Costa, ao antecessor do atual, Nuno Espírito Santo, sem esquecer os outros que se sentaram no banco em jogos oficiais (António Morais, Artur Jorge, Ivic, Quinito, Alfredo Murça, Carlos Alberto Silva, Bobby Robson, Inácio, António Oliveira, Fernando Santos, Octávio Machado, Mourinho, Victor Fernández, Couceiro, Adriaanse, Rui Barros, Jesualdo Ferreira, Villas-Boas, Vítor Pereira, Paulo Fonseca, Luís Castro, Lopetegui e Peseiro), nem um se deparou em simultâneo com finanças tão depauperadas e um rival tão forte em Portugal. Quantos dos que defrontaram o City seriam titulares nas equipas dos acima citados? Corona, talvez o mais valioso do plantel, na direita ou na esquerda, ganharia um lugar a Jaime Magalhães, Futre, Timofte, ao próprio Conceição, Drulovic, Capucho, Derlei, Quaresma, James, Hulk…? Na matemática de Sérgio Conceição no Dragão, o total continua a ser bem maior do que a soma das partes, afinal o melhor elogio que pode receber um treinador.

2 Deve ser difícil discutir futebol com um treinador que se orgulha de ter descoberto uma ciência - e questioná-lo sobre qualidade de jogo será mesmo impensável, seja o jornalista homem ou mulher. Talvez Jorge Jesus possa explicar, agora que os crimes prescreveram, sábias decisões como a de colocar David Luiz a lateral-esquerdo nos 5-0 no Dragão, em 2010, ou a de trocar Bas Dost por André quando o Sporting perdia na Luz a 6’ do fim, em 2016.  

3 Ouvir Fernandinho, médio do City que convive na seleção brasileira com… Neymar, queixar-se de que os jogadores do FC Porto «caem no chão a gritar em todas as faltas», soa tão ridículo como o FC Porto, no Dragões Diário, lembrar que Bernardo Silva foi «condenado por racismo» quando o clube azul e branco pagou multa da UEFA por «comportamento racista dos adeptos» num duelo com os citizens em 2012.