River-Boca
O que aconteceu antes do segundo jogo da final da taça Libertadores é o que não pretendemos para a festa que um jogo desta dimensão deve ser. Nem para qualquer outro jogo. Os acontecimentos são conhecidos por todos, as razões nem tanto. O clima que se vive em Buenos Aires, económica, política e socialmente, tem uma preponderância decisiva no crescimento deste tipo de conflitos, não sendo exclusivamente a razão de todos os males.
E não se pense que o mesmo não poderia suceder em outro local do globo. Confundir ordem e respeito com repressão ou falta de autoridade é uma das razões porque se deixam desenvolver estes fenómenos, que nem sempre têm origem nos problemas económicos ou sociais. Muita responsabilidade está na promiscuidade do poder político com certas franjas sociais, na ausência de um sentido profundo de causa pública. O futebol é um dos, para não dizer o mais importante, fenómeno social dos nossos dias. Não há como ignorar a importância e dimensão do fenómeno futebolístico, como tal torna-se decisivo não ceder nas questões de princípio. A Argentina sai fortemente derrotada neste jogo, como perderam todos os Países em que acontecimentos de violência desta dimensão foram registados.
Portugal perdeu há bem pouco tempo, e não pode voltar a perder este jogo. O futebol tem que ganhar este desafio, vencê-lo com uma goleada. Como também queremos vencer os batoteiros que viciam jogos. Todos estes sinais, que não são recentes, têm que provocar uma grande união de quem gosta de futebol. O que nos une é bem superior às rivalidades. No futebol não há inimigos, há adversários. E estes tratam-se com respeito, apesar de querermos sempre vencer. Os jogos são todos para ganhar, sem excepção. Por isso gostamos de futebol, não de vencer de forma desonesta. Não podemos ceder, esta é uma luta sem tréguas. De todos e com todos.